O Supremo Tribunal Federal (STF) retomou nesta terça-feira (10) os interrogatórios dos réus acusados de integrar o "núcleo crucial" da suposta trama golpista durante o governo de Jair Bolsonaro. O primeiro a depor foi o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier, investigado por supostamente colocar tropas à disposição do ex-presidente para ações que visavam impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva.
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Garnier negou ter apoiado qualquer plano golpista, afirmando que as discussões sobre Garantia da Lei e da Ordem (GLO) foram apenas análises de cenário, sem deliberações concretas 29. No entanto, o delator Mauro Cid, ouvido na segunda-feira (9), afirmou que o almirante teria dito a Bolsonaro que as tropas da Marinha estavam "à disposição".
ORDEM DOS DEPOIMENTOS
Os interrogatórios seguem em ordem alfabética até sexta-feira (13), com transmissão ao vivo. Confira a sequência:
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Almir Garnier (ex-comandante da Marinha)
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Anderson Torres (ex-ministro da Justiça)
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Augusto Heleno (ex-chefe do GSI)
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Jair Bolsonaro (ex-presidente)
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Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa)
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Walter Braga Netto (ex-ministro, por videoconferência)
DESTAQUES DO PRIMEIRO DIA
Na segunda-feira (9), o ex-ajudante de ordens Mauro Cid confirmou:
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A existência de um documento que previa estado de sítio e prisão de ministros do STF, com alterações feitas por Bolsonaro.
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O recebimento de dinheiro do general Braga Netto para repassar ao major Rafael Martins, ligado a um esquadrão de elite.
Já Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin, negou uso ilegal da agência para monitorar autoridades.
PRÓXIMOS PASSOS
Os interrogatórios marcam a fase final de instrução do processo. Após esta etapa, as partes terão 15 dias para alegações finais, com julgamento previsto para o segundo semestre de 2025. As penas podem ultrapassar 30 anos de prisão em caso de condenação por crimes como golpe de Estado e organização criminosa.