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"KIDS PRETOS"

STF julga militares acusados de planejar assassinato de Lula, Alckmin e Moraes

12 novembro 2025 - 13h21Por Da Redação

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou nesta terça-feira (11) o julgamento do chamado “núcleo 3” da trama golpista, composto por militares das forças especiais do Exército, conhecidos como “kids pretos”. Eles são acusados de planejar o assassinato de autoridades, entre elas o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro do STF Alexandre de Moraes.

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O julgamento, conduzido por Moraes, ocorre em meio a forte esquema de segurança em Brasília. Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), o grupo — formado por oito militares e um agente da Polícia Federal — atuava em três frentes: planejamento de assassinatos, tentativa de cooptar a cúpula das Forças Armadas e disseminação de desinformação sobre o sistema eleitoral.

PLANO “PUNHAL VERDE E AMARELO”

De acordo com a denúncia, os réus criaram o plano “Punhal Verde e Amarelo”, que previa o assassinato de lideranças políticas após as eleições de 2022. O objetivo seria gerar caos social e justificar uma intervenção militar.

As investigações indicam que o grupo monitorou autoridades, trocou informações sigilosas e usou técnicas militares para planejar ações clandestinas. Também teriam tentado convencer generais a apoiar uma ruptura institucional.

QUEM SÃO OS RÉUS

Entre os dez acusados estão oficiais da ativa e da reserva, além de um policial federal. São eles:

  • General Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira – apontado como incentivador do golpe e de um decreto de ruptura institucional por Jair Bolsonaro;
  • Tenente-coronel Hélio Ferreira Lima – autor de planilha com as etapas do golpe;
  • Tenente-coronel Rafael Martins de Oliveira – acusado de monitorar autoridades;
  • Tenente-coronel Rodrigo Bezerra de Azevedo – suspeito de integrar o grupo encarregado de “neutralizar” autoridades;
  • Coronel Bernardo Romão Corrêa Netto – teria participado de reunião em Brasília para pressionar generais;
  • Coronel Fabrício Moreira de Bastos – envolvido na tentativa de influenciar comandantes;
  • Coronel Márcio Nunes de Resende Júnior e tenente-coronel Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros – acusados de redigir carta em defesa da intervenção militar;
  • Tenente-coronel Ronald Ferreira de Araújo Júnior – denunciado por incitar animosidade entre as Forças Armadas e os Poderes;
  • Wladimir Matos Soares – agente da Polícia Federal, acusado de monitorar Lula e repassar informações sobre sua segurança.

CRIMES E PENAS

Nove dos dez réus respondem por organização criminosa armada, tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, deterioração de patrimônio público e dano a patrimônio tombado. Apenas Ronald Ferreira teve a denúncia atenuada.

A PGR aponta que os “kids pretos” formaram uma célula militar clandestina com contato direto com o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro e figura central na articulação golpista.

PRÓXIMOS PASSOS DO JULGAMENTO

Os votos dos ministros estão previstos para os dias 18 e 19 de novembro. Além de Moraes, participam do julgamento os ministros Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Flávio Dino, presidente da Primeira Turma.

Na véspera, Moraes autorizou que dois réus — Bernardo Romão Corrêa Netto e Rodrigo Bezerra de Azevedo — fossem levados à Corte sob escolta. Apenas Rodrigo compareceu à sessão presencial desta terça-feira.

Se condenados, os acusados poderão receber penas severas, proporcionais à gravidade da participação em uma das mais graves tentativas de subversão institucional desde a redemocratização do país.