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Arroto pode indicar 6 problemas de saúde; veja quando se preocupar e o que fazer?

21 julho 2021 - 09h10Por Ativo Saúde

Arroto ou eructação é um fenômeno fisiológico do organismo e, portanto, natural. Ele ocorre em todas as pessoas algumas vezes por dia, principalmente após ingestão de alimentos e bebidas. A condição, no entanto, pode ser sinal de excesso de gases no estômago e indicar até mesmo a prevalência de doenças.

Confira, abaixo, mais detalhes sobre arroto:

O que é arroto?

Conforme explica a gastroenterologista clínica do Instituto EndoVitta, Yael Albuquerque, a eructação ou o arroto, nada mais é do que ato de expulsar o ar do estômago ou esôfago através da boca.

A condição acontece devido a ingestão natural de ar junto à saliva, bebida ou comida. E o arroto é realizado justamente para reduzir a distensão abdominal relativa ao excesso de “ar engolido”.

“Nada mais é do que uma resposta natural a um desconforto abdominal e para evitar a passagem de quantidade excessiva de ar para o intestino”, afirma Yael.

No entanto, algumas situações específicas podem potencializar essa entrada de ar e acabar causando mais desconforto: comer ou beber muito rápido; falar enquanto mastiga, consumir bebidas gaseificadas, mascar chiclete e fumar.

Arroto choco: o que é?

A maioria dos arrotos acontece pelo ar engolido que fica preso no esôfago. Porém, no caso do “arroto choco”, com cheiro mais forte do que o comum, o ar conseguiu chegar até o estômago e se misturou com os gases digestivos, responsáveis pelo odor desagradável.

O que causa arroto?

Emily frost/Shutterstock

O arroto pode ser causado pelo gás que produz o efeito efervescente em determinadas bebidas, como refrigerante ou água com gás.

Quando nos alimentamos também engolimos ar devido à mastigação e à conversação durante a refeição. Uma parte dele é absorvida pelo organismo, porém o resto acaba gerando a eructação.

Ainda que a eructação não seja, de fato, um problema médico, merece atenção quando há arroto  constante. Neste caso, pode ser fruto de:

Refluxo

A doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) é um distúrbio que faz com que o ácido, e também o gás, suba do estômago para o esôfago.

Gastrite

A gastrite causa inflamação do revestimento do estômago, levando a um processo de digestão mais lento e, com isso, há formação de mais gases no estômago e, portanto, mais arrotos.

Úlceras

São feridas que podem estar localizadas no esôfago, estômago ou duodeno (parte inicial do intestino delgado), levando ao mau funcionamento do órgão acometido e prejudicando o processo digestório.

H. Pylori

H. Pylori trata-se de uma bactéria que irrita o estômago, podendo levar a gastrites e úlceras.

Intolerância à lactose

O paciente que não consegue digerir a lactose, devido à deficiência de uma enzima específica, apresenta sintomas como distensão abdominal, gases e eructações.

Intolerância ao glúten

Os sintomas são mais intestinais, como cólicas abdominais, diarreia e distensão abdominal. No entanto, pode cursar com náuseas, vômitos e eructações.

Como se manifesta?

O arroto acontece quando há a necessidade de retirar uma quantidade de ar do trato digestivo, mas é possível que apresente cheiro muito desagradável ou mesmo sintomas como dor, desconforto e distensão abdominal, bem como náuseas, azia e queimação estomacal.

Quando se preocupar?

Ainda que seja um fenômeno natural do corpo, quando episódios de arroto se tornam muito frequentes e excessivos e estão associados a sintomas gastrointestinais (como enjoo e queimação), deve-se procurar o médico clínico geral ou o gastroenterologista clínico para que se faça o diagnóstico correto.

Tratamento

A eructação normal ou fisiológica não requer nenhum tratamento, mas nos casos de arrotos excessivos e associados a sintomas, o tratamento dependerá da causa.

Se o paciente estiver com o estômago muito distendido e com dificuldade em arrotar, é recomendado deitar sobre o lado esquerdo do corpo para ajudar na expulsão desse gás.

Assim, ainda é possível usar alguns medicamentos que aliviam sintomas temporariamente, como os digestivos tipo sais de frutas, antifiséticos e pró-cinéticos.

Vale lembrar que estas medicações agem somente no sintoma e não na causa. Portanto, somente um especialista capacitado pode fazer o diagnóstico correto e prescrever qual a medicação indicada para cada caso, bem como a dosagem correta e a duração do tratamento.

Prevenção

É possível prevenir os arrotos adotando hábitos simples ao se alimentar. Como, por exemplo, se sentar e comer cada refeição lentamente e evitar falar muito enquanto mastiga. Evitar bebidas gaseificadas e cerveja durante a refeição também é indicado.

Não mascar chicletes, parar de fumar e, ainda, evitar alimentos ricos em enxofre e que acabam causando maior fermentação, caso do como brócolis, couve, repolho, rabanete, lentilha e feijão.

Como arrotar?

“Tente ser o mais discreto possível. Mantenha a boca ligeiramente entreaberta e leve a mão ou o punho fechado à boca para o ar sair lentamente”, ensina a médica, que reforça ainda a possibilidade da eructação de boca fechada, que permite que o gás saia pelo nariz.

Como fazer o bebê arrotar?

Quando a criança mama, ela engole um pouco de ar. Isso pode fazer o bebê se sentir satisfeito antes da hora e ele ter mais fome depois. E há a possibilidade, ainda, de ele ficar com desconfortos abdominais, cólicas e gases, daí a importância de fazê-lo arrotar após as mamadas.

“Com o passar do tempo, entre o quarto e sexto mês, o bebê sugará de forma mais eficiente e correta, diminuindo a entrada de ar”, explica a gastroenterologista.

Dessa forma, existem várias posições para fazer o bebê arrotar, sendo as mais comuns:

No ombro: com a cabeça do bebê no ombro, apoiando o bumbum no braço do cuidador (a)
Sentado: com bebê sentado no colo — de costas para o cuidador (a) — o tronco dele fica inclinado, facilitando a saída de ar
De frente: No colo, virado de frente para a pessoa, mas sem levá-lo ao ombro
“Se a mãe perceber que uma posição dificulta o processo, deve experimentar outras até que o pequeno consiga soltar o ar”, afirma Yeal. “Porém, devemos ficar atentos, pois nem sempre o bebê terá um arroto sonoro”, reforça.

Independente da posição que for escolhida para facilitar o processo para o bebê, não se deve esquecer de dar tapinhas leves nas costas da criança.