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Por: Zacarias Martins

Árvore milagrosa

18 abril 2011 - 11h06

Corria o ano de 2001 quando mais um fato curioso chamou a atenção dos moradores de Gurupi e reacendeu a chama da esperança nos coração de muita gente.

Uma árvore no canteiro central da avenida Mato Grosso com a rua 2 e que estava com boa parte de sua galhada seca, de uma hora para outra, começou a jorrar água por meio de um buraco em seu tronco.

Tal “fenômeno” foi visto por muitos como um verdadeiro milagre. Não faltou quem se ajoelhasse aos pés da árvore para fazer uma prece e solicitar uma graça. Afinal, para quem tem fé, a esperança é a última que morre.

As pessoas chegavam de tudo que é canto da cidade. Algumas traziam até garrafas para levar para casa aquilo que consideravam um “líquido milagroso”. Outras, juravam que depois de terem tomado dessa água, tinha ficado curadas de alguma enfermidade.

Dezenas de pessoas passavam os dias a observar a árvore que derramava água em abundância e já estava sendo apontada como milagrosa.

O reboliço estava grande. Teve até quem acendeu algumas velas no local. Até o meu compadre, Bené de Sena, que sempre se destacou por seu espírito empreendedor, mas que naquele momento se encontrava sem serviço, me confidenciou que pretendia engarrafar um pouco dessa água para vender bem baratinho na Feira da Rua 7, aos domingos.

Três dias depois do ocorrido, chegam ao local dois operários da Saneatins que pedem as pessoas que se afastem um pouco e, sem cerimônia alguma, começam a cavar no asfalto. Consertam um vazamento na tubulação da adutora e vão embora.

E foi assim, como um milagre, a água parou de jorrar da árvore. As pessoas se afastaram silenciosamente do local e ninguém mais falou sobre esse assunto.

 

Zacarias Martins, Escritor e Jornalista