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Produção do abacaxi no Tocantins vira destaque na imprensa nacional

13 janeiro 2011 - 13h13

Em novembro do ano passado, produtores de abacaxi do Amazonas tiveram a oportunidade de conhecer o Projeto de Produção Integrada do Abacaxi, implantado com sucesso no estado do Tocantins. O objetivo é capacitar os abacaxicultores quanto ao uso racional de inseticidas, integrando produção, mão-de-obra e meio ambiente. Para isso, a experiência tocantinense mostrou que é fundamental que o agricultor realize o monitoramento da lavoura, dando ênfase à ocorrência de doenças e pragas. Tudo isso para garantir a sustentabilidade do cultivo de uma das frutas tropicais de maior destaque.

O trabalho é coordenado pelo pesquisador Aristóteles Matos, da "Embrapa Mandioca e Fruticultura" e no Amazonas, vem sendo desenvolvido desde 2008. Já no Estado do Centro-Oeste, as atividades se iniciaram em 2004, com apenas um proprietário rural. Para se ter uma idéia do nível de adesão, no ano passado o número de propriedades participantes aumentou para 43 e segundo Nilton Fritzons Sanches, um dos responsáveis pelos estudos no Tocantins, com o monitoramento das plantações não houve necessidade de aplicação de agrotóxicos.

"Se fosse no sitema antigo de fazer o plantio, o agricultor teria gastos excessivos com pulverizações no segundo, quinto e oitavo mês do ano. O Sistema de produções integradas reduz estes custos. Senão há ocorrências de enfermidades ou insetos, não existe a necessidade dos agrotóxicos, o que significa economia. O meio ambiente agradece, o trabalhador rural não tem sua saúde comprometida e o abacaxi é de melhor qualidade”, garante o pesquisador da "Embrapa Mandioca e Fruticultura", que ainda comenta que a média de produtividade do Estado é de 22 a 24 mil frutos por hectare, podendo alcançar pico de 30 mil em grandes propriedades.

O cultivo integrado de abacaxi segue padrões, desde o plantio até a adubação do solo. Entre as técnicas de manejo em destaque, está a cobertura dos terrenos com outras espécies, como o milheto, frequentemente utilizado após a safra da soja. Como os abacaxizeiros requerem umidade, a densidade de água na terra é mantida, o que favorece o desenvolvimento das raízes e a conseqüente nutrição das plantas. Além disso, os agricultores podem evitar o aparecimento de pragas com o chamado “plantio armadilha”, pelo qual ele induz o florecimento de apenas alguns abacaxizeiros utilizando carburetos. Essas plantas funcionam como armadilhas, amenizando o aparecimento de pragas.

A colheita no Tocantins é realizada nos meses de dezembro, janeiro, fevereiro quando são escassos os frutos no mercado. Por conta disso, os preços acabam sendo elevados. Na região, a espécie cultivada é o “Abacaxi Pérola”, que exige umidade não excessiva no solo com não menos que 800mm de chuvas por ano e um tempo relativamente seco na saída da florecência, para evitar a fusariose, doença fúngica que atinge a abertura das flores do abacaxi.

As regiões brasileiras produtoras em destaques são: Paraíba, Pará, triângulo Mineiro, Tocantins e Itaberaba na Bahia. “O Tocantins está servindo de modelo para outros Estados. Inclusive, esse sistema dá credibilidade maior ao produtor que deseja fazer exportação. Afinal, com os padrões é possível agregar valor aos produtos e assegurar ao consumidor a rastreabilidade da produção, algo muito importante para o mercado europeu, por exemplo”, concluiu Nilton. (Com informações da ascom Adapec)