Palmas
26º
Araguaína
24º
Gurupi
26º
Porto Nacional
26º
VIOLÊNCIA

Quase oitenta mulheres foram mortas nos últimos dois anos

08 março 2016 - 10h20

No Tocantins, nos últimos dois anos, 77 mulheres foram assassinadas segundo a Secretaria de Segurança Pública do estado. Desse total, 37 mortes nunca foram esclarecidas pela polícia e as famílias das vítimas cobram uma resposta.

Relembre alguns casos:

Heidy


A foto da professora Heidy Aires Moreira, de 34 anos, está estampada na camiseta de amigos e parentes. Ela foi morta de forma brutal, dentro de casa, em Palmas.

Um ano já se passou desde que o crime aconteceu, mas o caso ainda não foi concluído.

"Já tem um ano e dois meses. O exame já deveria ter saído, mas até agora nada. Não temos respostas do que está acontecendo. Estamos aguardando", cobra o irmão da professora, Paulo Oliveira.


Heidy foi morta dentro de casa (Foto: Reprodução/ Facebook)
 

Ana Lucia

Assim como a professora Heidy, a vendedora Ana Lucia, de 23 anos, foi morta dentro de casa, na capital, em outubro do ano passado. Ela foi esfaqueada na frente do filho de três anos.

O companheiro dela, Cleones da Silva Santos, ficou quatro meses foragido. Ele foi preso no dia 12 de fevereiro, em Pernambuco. O homem tinha mudado a cor dos cabelos e usava outro nome. O suspeito está na Casa de Prisão Provisória de Palmas.
 


Ana Lúcia foi morta com sete facadas (Foto: Reprodução/Facebook)

Irene

No bairro Jardim Aureny III, em Palmas, existe uma lembrança que os moradores não gostariam de ter. Há oito meses, a auxiliar de serviços gerais, Irene Barroso, de 40 anos, foi atacada por um homem desconhecido, às 15h, quando voltava do trabalho.

O criminoso arrastou Irene para um lote baldio, a estuprou e a matou. No local havia uma casa abandonada, que foi derrubada pelos vizinhos.

Quem mora na região não gosta de tocar no assunto. Revoltadas, moradoras até quebraram parte da construção onde o crime ocorreu. O homem que matou Irene, nunca foi localizado.


Moradores destroem construção onde Irene foi morta e estuprada, em Palmas
(Foto: Reprodução/TV Anhanguera)

Lucirene

No início de fevereiro desse ano, Lucirene Rodrigues da Silva, de 29 anos, foi morta pelo companheiro Maykon Costa, na casa onde eles moravam, no setor Santa Bárbara, na capital. Ele foi preso um dia depois, pela Polícia Militar e confessou o crime.

"Me defendi, porque ela veio com um pedaço de vibro para cima de mim. E eu ia deixar ela me matar?", disse Costa na época.


Mulher foi encontrada morta por vizinhos (Foto: Arquivo Pessoal)

Políticas Públicas

A responsável pela Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher acredita que as políticas públicas estão avançando.

"Hoje o Tocantins conta com 123 Delegacias Especializadas em Atendimento à Mulher. Essa é a principal política pública implementada pela Secretaria Nacional de Segurança Pública, pela Secretaria de Política para as Mulheres", afirma a delegada Maria Haydee Alves.

Segundo a delegada, a denúncia é fundamental. "É preciso denunciar sempre. Hoje no Brasil nós temos o número 180, que é nacional e foi implementado pela

Secretaria de Política para Mulheres. Tem o 190, através da Policia Militar e a própria delegacia que recebe essa demanda dioturnamente."

Para quem já perdeu alguém para a violência, investigação eficiente e justiça mais rápida, são o mínimo para acalmar a dor.

"O que nós queremos é justica. Que a pessoa que tirou a vida dela, venha pagar pelo que fez", afirma o irmão de Heidy.

Resposta

Sobre o caso da professora Heidy, encontrada morta dentro de casa na capital, em nota, o Ministério Publico Estadual (MPE) informou que ofereceu denúncia na quinta-feira (3), contra o marido dela, Alan Moreira Borges.

O MPE o considerou o autor da morte e pediu que ele seja condenado pelo crime de homicídio, em júri popular.

Já sobre o caso de Irene Barroso, estuprada e morta quando voltava do trabalho, o MPE disse que a investigação corre sob sigilo. (Fonte: G1/TO)