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COLETIVA DE IMPRENSA

Secretário comenta morte de detentos, descarta ligação entres os crimes mas fala em "retaliação" ao Governo

06 agosto 2019 - 11h58

Durante coletiva de imprensa na manhã desta terça-feira (6), em Palmas, o secretário da Cidadania e Justiça, Heber Fidelis, se manifestou sobre das mortes ocorridas recentemente em unidades prisionais do Tocantins. Em menos de uma semana, três detentos foram encontrados mortos.

As mortes

O primeiro caso aconteceu em Gurupi no Sul do Estado, onde um homem suspeito de estuprar e torturar a ex-namorada foi encontrado morto na madrugada de sexta-feira (2), na Casa de Prisão Provisória da cidade. Ademirde Pereira da Silva teria se enforcado com uma corda artesanal feita com lençóis, na cela no pavilhão B. Ele estava preso desde o último dia 31.

O segundo crime foi registrado na tarde de domingo (4), na Casa de Prisão Provisória de Palmas. O detento Gernilson Vieira de Sousa (35 anos), foi encontrado morto dentro do pavilhão A da casa de Prisão Provisória de Palmas (CPPP). Ele foi localizado pelos agentes da unidade, estava com uma corda artesanal amarrada no pescoço e marcas de perfurações no tórax.

A terceira morte foi na noite desta segunda-feira (5), dentro do presídio Barra da Grota em Araguaína, Norte do Estado, onde um detento foi morto com requintes de crueldade. Ele teve as pernas, cabeça e coração arrancados. O assassinato aconteceu por volta das 19 horas no pavilhão B, área em que ficam encarcerados membros do grupo criminoso Primeiro Comando da Capital (PCC). A vítima identificada como, Aristeu Ribeiro Filho (31 anos), foi encontrada por agentes penitenciários.

Sobre os Crimes

À imprensa, Heber Fidelis garantiu que os casos são fatos isolados e não teriam nenhuma ligação entre eles. 

Sobre a morte em Gurupi, o secretário destacou que o inquérito está sendo finalizado pela Polícia Civil e segundo ele, as evidências levam a crer que trata-se de um caso de suicídio. 

Já em relação ao episódio de Palmas, ele afirma que a vítima foi morta por membros da própria facção criminosa.

No que diz respeito à morte brutal do detento do Barra da Grota, o secretário afirma que ele foi assassinado também pelos próprios membros da facção, como forma de retaliação às mudanças que estão sendo implementadas na unidade e que estariam dificultando ações criminosas dentro da unidade. 

Fidelis explica que após a morte do detento, bilhetes escritos pelos próprios detentos comprovariam a intenção dos executores. "A morte foi uma forma de protestar contra o aparelhamento que estamos colocando nas unidades", disse o gestor afirmando que as mudanças fazem parte das metas de gestão apresentadas no ano passado.

Mudança e Resultados

Entre os reforços implementados nas unidades prisionais estariam bloqueadores de celulares. O secretário afirmou que de acordo com levantamento feito pela Secretaria, após a implantação desses equipamentos no Barra da Grota por exemplo, foi observado uma redução de até 40% nos números de criminalidade. 

O gestor garante também que os scanners corporais estariam trazendo efeitos positivos reduzindo a quase nada a entrada de drogas na Casa de Prisão Provisória de Palmas (CPPP). "A consequência disso irrita alguns detentos", observa.

Questionado sobre o uso de armas artesanais produzidas pelos próprios dententos nas unidades. O secretário garantiu que está tomando evitar esse tipo de situação, uma das ações é o aumento de vistorias na unidade: "Antes de assumirmos, as revistas eram realizadas uma vez a cada um ou dois meses, hoje fazemos isso uma vez por semana, o que já é um importante avanço", disse.

O secretário também falou sobre a necessidade de aumento do efetivo de agentes prisionais para reforçar as 39 unidades do Estado que hoje conta com o trabalho de 855 servidores.

Em Alerta

Héber Fidelis também descartou a possibilidade dos casos terem relação com os episódios ocorridos em presídios do Pará nos últimos dias mas destacou que o Tocantins está em alerta por conta da situação.