O Tocantins enfrenta um cenário crítico no trânsito. Em 2024, foram 627 mortes causadas por acidentes, de acordo com o Departamento Estadual de Trânsito (Detran). E apenas nos quatro primeiros meses de 2025, já são 139 óbitos registrados, segundo informações do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), da Secretaria de Estado da Saúde (SES).
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O número de vidas perdidas no trânsito coloca em alerta autoridades e famílias tocantinenses. Os acidentes são frequentes e, na maioria das vezes, evitáveis.
FIM DE SEMANA NAS ESTRADAS
Entre os dias 2 e 4 de maio, o Tocantins somou mais quatro mortes e quatro feridos em acidentes ocorridos em diferentes regiões do estado. Entre as vítimas fatais está o major da Polícia Militar Joaquim de Santana Filho, de 54 anos, que morreu após cair da moto na região de Taquaruçu Grande, distrito de Palmas.
Também perderam a vida nesse fim de semana uma criança de seis anos e um homem de 34 anos, em ocorrências registradas na região norte do estado. As circunstâncias exatas dos acidentes ainda estão sendo apuradas, mas reforçam a gravidade da situação enfrentada no trânsito tocantinense.
ALTA VELOCIDADE E ÁLCOOL
De acordo com a Secretaria de Mobilidade Urbana de Palmas, dois fatores continuam liderando as causas de mortes no trânsito: excesso de velocidade e a combinação de álcool e direção. Apesar de campanhas educativas e fiscalizações, muitos condutores insistem em comportamentos de risco.
Casos recentes revelam como essas práticas têm resultado em tragédias familiares, muitas vezes com vítimas jovens e sem histórico de imprudência.
CASOS QUE CHOCARAM O ESTADO
Em março deste ano, a jovem Maria Alice Guimarães da Silva, de apenas 25 anos, morreu a caminho do trabalho. Ela conduzia uma motocicleta pela BR-153, em Araguaína, quando foi atingida e arremessada por um carro de luxo em alta velocidade. O veículo era dirigido por Vitor Gomes Alves, de 21 anos, que foi indiciado e denunciado pelo Ministério Público por homicídio duplamente qualificado.
Outro caso marcante aconteceu em novembro de 2024, quando Enite Cordeiro Naves, de 81 anos, morreu ao ter seu carro atingido por uma picape em alta velocidade, no centro de Palmas. A polícia constatou que o motorista dirigia a 82 km/h, o dobro da velocidade permitida na via. Ele foi indiciado por homicídio culposo no trânsito.
FAMÍLIAS COBRAM JUSTIÇA
As tragédias deixaram não apenas números frios, mas histórias interrompidas e famílias devastadas. Diomar Neves, filho de Enite, afirmou que até hoje não conhece o motorista responsável pela morte da mãe, mas espera que ele reflita sobre a dor causada.
“A família toda continua ainda sem acreditar. Uma mulher que construiu tanto e, de repente, uma irresponsabilidade inconsequente tira essa mulher da vida. Espero que a consciência dele denuncie que ele destruiu uma vida”, declarou Diomar.
Casos como o de Maria Alice e Enite evidenciam não só a fragilidade da vida, mas também a necessidade urgente de mudança de comportamento no trânsito, de fiscalização mais rigorosa e respostas efetivas da Justiça.


Excesso de velocidade e a combinação de álcool e direção são as principais causas de acidentes - Crédito: Reprodução 


