O governador em exercício, Laurez Moreira, apresentou nesta segunda-feira (24) um balanço das mudanças no Instituto de Gestão Previdenciária do Tocantins (Igeprev-TO) e revelou um dos maiores problemas encontrados pela atual gestão: o pagamento indevido de benefícios a segurados, prática que, segundo ele, vinha sendo ignorada há anos.
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De acordo com o levantamento, 426 pagamentos irregulares foram identificados nos primeiros meses de trabalho, somando R$ 1.415.478,03. Os beneficiários já foram notificados e deverão devolver os valores, conforme orientação da Procuradoria-Geral do Estado (PGE).
“GARGALO HISTÓRICO” E SISTEMA ULTRAPASSADO
Laurez classificou o problema como um "gargalo histórico", agravado pela fragilidade dos controles internos e pelo uso de um sistema operacional manual.
“Encontramos pagamentos duplicados, retroativos distorcidos e um sistema que abria margem para erros graves. Estamos estancando a sangria e garantindo que cada centavo seja cuidado com seriedade”, afirmou.
R$ 300 MILHÕES PRESTES A PRESCREVER
A gestão também descobriu outro risco financeiro: cerca de R$ 300 milhões em compensações previdenciárias que estavam prestes a prescrever por falta de iniciativa da administração anterior.
“Fomos buscar o que o Igeprev tinha a receber e encontramos uma dívida de R$ 300 milhões do INSS com o Estado. Já estamos atuando para garantir esse recurso”, disse Laurez.
MODERNIZAÇÃO E OPERAÇÃO PARA RECUPERAR RECURSOS
A presidente do Igeprev, Bárbara Mendes, explicou que a origem dos erros estava na manutenção de um sistema manual, sem mecanismos automáticos de controle. Agora, a plataforma foi totalmente parametrizada, com novas regras e revisão de fluxos.
“Modernizamos tudo, mudamos equipes, abrimos sindicâncias e instauramos 426 processos para recuperar valores pagos irregularmente”, informou.
Ela também destacou que o tempo de concessão de benefícios caiu de até dois anos para três meses — e, em alguns casos, para apenas um mês — após reforço de pessoal e reorganização interna.
CORTES EM CONTRATOS E REVISÃO DA PREVIDÊNCIA
Laurez afirmou que contratos milionários para estudos atuariais — alguns acima de R$ 5 milhões — foram cancelados por serem considerados excessivos. Novos estudos foram contratados com menor custo, sem perda técnica.
O governador explicou ainda a reorganização previdenciária com a segregação de massa: aposentadorias até 2012 continuam sob responsabilidade do Estado, enquanto servidores posteriores contribuem para um fundo mais equilibrado.
AUSTERIDADE EM TODA A ADMINISTRAÇÃO
Durante a coletiva, Laurez reforçou que a política de austeridade se estende a toda a máquina pública. Despesas que considera elevadas — como voos, viagens internacionais e eventos — estão sendo reavaliadas, com redirecionamento de recursos para áreas prioritárias.


O sistema antigo gerava pagamentos duplicados e retroativos exagerados - Crédito: Divulgação 


