O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) recebeu uma representação apontando que delegatários de cartórios no Tocantins estariam atuando sem formação em Direito. O órgão já decidiu contra a prática e determinou que o Tribunal de Justiça do Tocantins (TJTO) destine as serventias vagas para concurso público.
Participe do grupo do O Norte no WhatsApp e receba as notícias no celular.
DECISÕES SUSPENSÃO DE PROJETO DE LEI
Uma decisão do CNJ ordena a desanexação e desacumulação de cartórios sob gestão de delegatários que não possuem diploma de Direito. Outra suspende a tramitação de um projeto de lei do TJTO que poderia permitir que cartórios fossem controlados por pessoas sem essa formação.
O QUE SÃO OS CARTÓRIOS E REGRAS PARA ATUAR
Segundo o advogado André Luís da Luz Brandão, especialista em Direito Notarial e Registral, cartórios realizam serviços como registro de imóveis, casamentos, nascimentos e reconhecimento de firmas. Apesar de parecerem privados, são delegações do Judiciário, regidas pela Constituição e pela Lei Federal 8.935/1994, que exigem formação em Direito e aprovação em concurso público.
IRREGULARIDADES DETECTADAS NO ESTADO
De acordo com o advogado, o TJTO vinha permitindo que cartórios vagos fossem anexados a outros já existentes, mesmo quando geridos por delegatários sem diploma de Direito. O conselheiro do CNJ Unisses Rabaneda determinou a reversão dessa prática, fixando prazo de seis meses para cumprimento total da decisão e 30 dias para apresentação de um cronograma.
PROJETO DE LEI FOI BARRADO
O CNJ também suspendeu o Projeto de Lei Complementar nº 01/2024, que modificaria a Lei Complementar Estadual nº 112/2018 para permitir anexações de cartórios a delegatários sem formação jurídica. O órgão destacou que a proposta não passou por sua análise, o que viola normas internas.
IMPORTÂNCIA DA DECISÃO
Para o especialista, a medida reforça a necessidade de que os responsáveis por cartórios tenham preparo técnico e conhecimento jurídico, garantindo mais segurança para os atos registrados e transparência no acesso às funções.


Conselho Nacional de Justiça (CNJ) também determinou que o Tribunal de Justiça do Tocantins separe os cartórios que estão sob gestão de delegatários que não cumprem requisitos exigidos por lei - Crédito: Elias Oliveira 


