Em meio à deflagração da Operação Nêmesis, que apura tentativas de obstrução das investigações sobre desvios de recursos da pandemia no Tocantins, o Governo do Estado publicou, no Diário Oficial de quarta-feira (12), a exoneração de Álan Rickson Andrade de Araújo e Antoniel Pereira do Nascimento.
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Ambos foram citados em relatório da Polícia Federal (PF) e tiveram endereços alvos de busca e apreensão autorizadas pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).
SERVIDOR DA SPI TINHA LIGAÇÃO DIRETA COM EX-SECRETÁRIO INVESTIGADO
Álan Rickson ocupava o cargo de Assessor de Estruturação de Parcerias e Concessões na Secretaria de Parcerias e Investimentos (SPI), com salário de R$ 43.487,07, segundo o Portal da Transparência.
De acordo com a PF, ele era colaborador direto de Thomas Jefferson Gonçalves Teixeira, ex-secretário da SPI e apontado como articulador do núcleo político ligado ao governador afastado Wanderlei Barbosa.
O relatório cita que Álan acompanhava Thomas Jefferson em viagens a Brasília e outras cidades com uso de aeronaves e veículos oficiais, sem justificativas administrativas.
Também tinha acesso a informações estratégicas da secretaria e era considerado apoio logístico e informante dentro do grupo.
A investigação ainda aponta que o assessor recebeu presentes de alto valor, como um iPhone pessoal do ex-secretário, e mantinha contato com servidores suspeitos de transportar documentos na fase anterior da apuração, a Operação Fames-19.
SUSPEITO DE LAVAGEM DE DINHEIRO
Já Antoniel Pereira do Nascimento, servidor efetivo da Prefeitura de Palmas cedido à Secretaria Executiva da Governadoria, recebia R$ 6.307,36 mensais.
A PF o descreve como pessoa de confiança de Wanderlei Barbosa, com presença registrada na casa da sogra do governador no dia em que o STJ confirmou o afastamento do chefe do Executivo.
Os investigadores também identificaram incompatibilidade entre o patrimônio e os rendimentos do servidor, que possui veículos importados em seu nome.
O número de telefone de Antoniel estaria ainda vinculado a uma agência de turismo informal, a “Jalapão Encantado”, levantando a suspeita de uso de intermediários em atos de lavagem de dinheiro.
EXONERAÇÕES COINCIDEM COM OPERAÇÃO FEDERAL
Ambos os nomes aparecem na decisão do ministro Mauro Campbell Marques, relator do caso no STJ, que destacou haver “fundadas razões” para crer que os investigados guardam provas relevantes sobre crimes de embaraço à investigação e lavagem de capitais relacionados à gestão de Wanderlei Barbosa.
As exonerações foram publicadas no mesmo dia em que a Operação Nêmesis cumpriu 24 mandados de busca e apreensão em Palmas e Santa Tereza do Tocantins.

Começando pela esquerda, Thomas Jefferson, Alan Rickson e William Nunes, citados pela PF | Foto: Reprodução


Alan Rickson - Crédito: Marcio Vieira 


