O fundador do Movimento Brasil Livre (MBL), Renan Santos, sugeriu a anexação do estado do Tocantins a Goiás durante participação em um podcast do próprio movimento. O conteúdo foi divulgado nas redes sociais e provocou ampla repercussão, com críticas e reações de internautas.
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Na declaração, Renan afirmou que o Tocantins teria sido criado de forma “artificial” e que enfrenta instabilidade política recorrente desde 2003, período em que, segundo ele, nenhum governador conseguiu concluir integralmente o mandato sem interrupções.
CRÍTICAS À HISTÓRIA POLÍTICA DO ESTADO
Durante a fala, Renan citou o histórico recente do Executivo estadual e associou as sucessivas trocas de governadores a episódios de corrupção. Ele afirmou que o estado não consegue manter um chefe do Executivo no cargo e criticou a estrutura política local, mencionando a quantidade de representantes no Congresso Nacional.
Segundo ele, a administração do Tocantins por Goiás traria benefícios para ambos os estados e para o país. As declarações foram amplamente compartilhadas em páginas políticas e geraram reações contrárias nas redes sociais.
Até a última atualização da reportagem, o MBL e o governo do Tocantins não haviam se manifestado oficialmente sobre as declarações.
HISTÓRICO DE INTERRUPÇÕES
Desde 2003, o Tocantins registrou seis mandatos de governadores interrompidos. O primeiro caso foi o de Marcelo Miranda, cassado em 2009 por irregularidades eleitorais. Após sua saída, Carlos Gaguim assumiu o governo de forma indireta até o fim de 2010.
Siqueira Campos, que voltou ao cargo posteriormente, renunciou em 2014 junto com o vice para viabilizar uma estratégia política, o que levou Sandoval Cardoso ao comando do estado. Sandoval teve uma passagem curta e foi posteriormente preso por suspeitas de fraudes em licitações.
Marcelo Miranda retornou ao governo em 2015, mas foi novamente cassado em 2018, tornando-se o único governador do país a sofrer duas cassações no mesmo cargo. Em seguida, Mauro Carlesse assumiu o governo, venceu eleições suplementar e regular, mas renunciou em 2022 após investigações e afastamentos judiciais.
CASO MAIS RECENTE
O episódio mais recente citado envolve o governador Wanderlei Barbosa (Republicanos), afastado por 180 dias por suspeita de irregularidades em contratos de cestas básicas durante a pandemia da Covid-19. Após cerca de três meses fora do cargo, ele retornou por decisão liminar do ministro Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), posteriormente referendada pela Corte.
Durante o afastamento, o vice-governador Laurez Moreira assumiu o comando do Executivo e promoveu mudanças no primeiro escalão. Wanderlei Barbosa nega as acusações e afirma que seguirá governando com estabilidade enquanto os fatos são esclarecidos.


Renan Santos é um dos fundadores do MBL - Crédito: Reprodução 


