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DÍVIDA MILIONÁRIA

Inadimplência na Saúde força fornecedora de UTIs a romper contrato com Governo do TO

10 junho 2025 - 15h20Por Da Redação

O Grupo HOSPCOM, um dos principais fornecedores de órteses, próteses, materiais especiais e equipamentos médico-hospitalares no Tocantins, anunciou o rompimento imediato dos contratos com o Governo do Estado. A decisão foi motivada por uma dívida de mais de R$ 3,9 milhões, acumulada desde 2022.

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Segundo a empresa, a inadimplência persistente por parte da Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO) e a ausência de respostas concretas inviabilizaram a continuidade dos serviços, colocando em risco procedimentos cirúrgicos e o funcionamento de UTIs em hospitais da rede pública, especialmente no Hospital Geral de Palmas (HGP).

EQUIPAMENTOS COMEÇAM A SER RETIRADOS 

A empresa iniciou a retirada dos equipamentos médicos utilizados nos hospitais estaduais. A medida é respaldada pela Nova Lei de Licitações (Lei nº 14.133/2021), que permite a suspensão de serviços em caso de inadimplência superior a 60 dias.

O grupo alerta para o risco iminente de colapso em atendimentos de alta complexidade, com impacto direto em leitos de UTI e salas cirúrgicas. Profissionais da saúde, ouvidos sob anonimato, demonstraram preocupação com a possibilidade de desassistência nos próximos dias.

IRREGULARIDADES EM CONTRATOS

Documentos apresentados pelo grupo revelam irregularidades contratuais por parte da SES-TO. Um dos contratos, firmado em 2019 e encerrado oficialmente em dezembro de 2023, continuou sendo utilizado sem renovação ou respaldo legal.

Mesmo após o vencimento, a empresa seguiu emitindo faturas mensais, que somam R$ 805 mil. A situação, segundo o grupo, configura enriquecimento ilícito por parte da administração pública.

SEM CONTRATO E SEM PAGAMENTO

Outro caso envolve a empresa ABC Equipamentos Hospitalares, do mesmo grupo, responsável por fornecer materiais usados em cirurgias ortopédicas, cardíacas e neurovasculares. A dívida acumulada ultrapassa R$ 3,9 milhões, e os produtos estariam sendo entregues sem contrato vigente ou definição orçamentária, o que é classificado como ilegal pela empresa.

MEDIDAS JUDICIAIS E AÇÃO POLICIAL 

Sem acordo à vista, o Grupo HOSPCOM afirma que entrará com ações judiciais para cobrança dos débitos e poderá solicitar apoio policial para retirada dos equipamentos ainda em uso pela rede pública.

Entre as medidas previstas estão ações de reintegração de posse e execução judicial dos valores devidos.

SECRETARIA DE SAÚDE MINIMIZA IMPACTO

Em nota, a SES-TO afirmou que a saída do Grupo HOSPCOM “não prejudica a assistência aos usuários do SUS” e garantiu que há outros fornecedores contratados para evitar interrupções.

Apesar da declaração oficial, a gravidade do alerta feito pela empresa e a dependência do HGP para procedimentos complexos levantam preocupações sobre a real capacidade de manutenção da assistência.

Foto: Reprodução

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