O Ministério Público do Tocantins (MPTO) apresentou, nesta segunda-feira (24), uma denúncia contra 47 pessoas acusadas de integrar um esquema de golpes baseado no uso de identidades falsas de advogados. Segundo a investigação, o grupo atuou entre outubro de 2023 e março de 2024 e causou um prejuízo estimado de R$ 149.959,32 às vítimas.
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COMO A FRAUDE FUNCIONAVA
A denúncia aponta que os investigados acessavam informações de processos judiciais, identificavam ações com chance de pagamento e, com esses dados, entravam em contato com vítimas. Os golpistas se passavam por advogados ou escritórios reais, utilizando perfis falsos de WhatsApp, e-mails e linhas telefônicas registradas em nome de terceiros.
O objetivo era convencer os credores a fazerem depósitos bancários referentes a supostas taxas, custas processuais ou adiantamentos necessários para liberar valores.
ETAPAS DO ESQUEMA E PAPÉIS DOS ENVOLVIDOS
O MPTO descreve três fases de atuação da organização criminosa:
- Coleta de informações sobre processos;
- Contato com as vítimas para induzi-las ao pagamento;
- Movimentação dos valores, distribuídos entre contas de operadores e laranjas.
Segundo a promotoria, Richye Enderson Diniz Silva seria responsável pela etapa de abordagem. Ele teria utilizado nomes e fotografias de advogados reais e mantido conversas diretas com as vítimas. As transferências eram encaminhadas para contas de colaboradores encarregados da movimentação financeira e da ocultação da origem dos depósitos.
ADOLESCENTES TERIAM SIDO ALISTADOS NO GRUPO
A denúncia identifica dois núcleos principais: um responsável pela movimentação financeira e outro formado por pessoas que cediam contas bancárias. O MPTO afirma ainda que adolescentes teriam participado do esquema, o que, segundo a promotoria, eleva a pena prevista para o crime de organização criminosa devido ao envolvimento de menores.
CRIMES IMPUTADOS E PRÓXIMOS PASSOS
Os 47 denunciados respondem por organização criminosa, estelionato qualificado por fraude eletrônica, falsa identidade e lavagem de capitais.
A acusação já foi encaminhada à 4ª Vara Criminal de Palmas, que agora decidirá se recebe ou não a ação penal para abrir o processo formal.


Esquema funcionou entre 2023 e 2024 e usava engenharia social para convencer as vítimas - Crédito: Imagem Ilustrativa 


