Dois secretários apontados como próximos ao governador afastado Wanderlei Barbosa (Republicanos) pediram exoneração do governo interino de Laurez Moreira (PSD).
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As saídas ocorreram após ambos terem seus nomes citados em documentos da Operação Nêmesis, que investiga suposta tentativa de interferência nas apurações da Operação Fames-19.
As exonerações de Odilon Coelho Lima Júnior, secretário de Parcerias e Investimentos, e de Carlos Humberto Duarte de Lima e Silva, o Beto Lima, titular da Indústria, Comércio e Serviços, foram publicadas como “a pedido” no Diário Oficial nº 6.940, desta quinta-feira (13).
Os dois deixam oficialmente os cargos em 14 de novembro.
PF APONTA CONTINUIDADE DE INFLUÊNCIA DO GRUPO DE WANDERLEI
As exonerações acontecem no momento em que a investigação aponta que aliados diretos de Wanderlei Barbosa teriam mantido influência sobre decisões estratégicas e nomeações dentro da gestão interina — mesmo após o afastamento do governador em setembro.
ODILON É PRIMO DE WANDERLEI E TERIA ATUAÇÃO COMO LOBISTA
Segundo a Polícia Federal, Odilon Júnior é primo de Wanderlei Barbosa por parte de pai e atuava como assessor na gestão do ex-governador.
Quando Laurez assumiu, Odilon foi nomeado para comandar a Secretaria de Parcerias e Investimentos (SPI), pasta antes chefiada por Thomas Jefferson, apontado pela PF como articulador do grupo político-administrativo investigado.
Documentos do Superior Tribunal de Justiça (STJ) relatam que Odilon seria visto por servidores como lobista e que sua indicação ao cargo teria sido influenciada por Thomas Jefferson e pelo próprio Beto Lima.
Antes de assumir a SPI, Odilon trabalhava na Secretaria de Indústria e Comércio, onde atuava ao lado de Beto.
A PF sustenta que sua nomeação representou continuidade da influência do grupo ligado a Wanderlei, mantendo espaço para contratos e estruturas financeiras que estão sob investigação.
BETO LIMA TAMBÉM ERA LIGADO AO NÚCLEO INVESTIGADO
Beto Lima é descrito pela PF como amigo pessoal de Thomas Jefferson.
Na gestão de Wanderlei, ele integrava o Comitê Gestor — colegiado responsável por definir pagamentos do governo.
Ele nega ter relação pessoal com Jefferson.
OUTROS SERVIDORES TAMBÉM FORAM EXONERADOS
Além de Odilon e Beto Lima, outros nomes apontados como ligados ao grupo de Wanderlei já haviam sido exonerados nesta semana: Alan Rickson Andrade de Araújo e Antoniel Pereira do Nascimento.


Beto Lima e Odilon integravam a gestão do governador afastado Wanderlei Barbosa - Crédito: Divulgação 


