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NOVA OPERAÇÃO

Primo de Marcelo Miranda e mais duas pessoas têm prisão decretada pela Justiça

01 outubro 2019 - 11h07Por Com informações do G1

A Polícia Federal realiza na manhã desta terça-feira (1º), mais uma operação como desdobramento da "Reis do Gado", que investiga desvios de mais de R$ 300 milhões dos cofres públicos durante a gestão de Marcelo Miranda (MDB) frente ao Governo do Tocantins. Mais três pessoas ligadas ao ex-governador, são alvos de mandados de prisão, busca e apreensão.

Entre os presos está Luciano de Carvalho Rocha, primo do ex-gestor. Ele é empresário e vice-presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Tocantins (SindusconTO),  filho de Luiz Antônio da Rocha, que foi secretário da Controladoria-Geral na gestão Miranda em 2016. Kamile Oliveira Salles que esposa de Luciano também teve o mandado de prisão temporária expedido pela Justiça. 

Além do casal, a PF também cumpriu mandado contra Guilherme Costa de Oliveira, suposto dono da Construtora Construarte Eireli, apontado nas investigações como "testa-de-ferro" da Família Miranda.

Conforme apurado pela PF os investigados teriam agido como laranjas e testas de ferro do ex-governador para ocultar origem ilícita de recursos bem como a real propriedade de bens e empresas. Os prejuízos apurados chegam a R$ 50 milhões aos cofres públicos. A 4ª Vara da Justiça Federal autorizou três mandados de prisão contra Luciano de Carvalho Rocha, primo de Marcelo Miranda, e a esposa dele Kamile Oliveira Salles; eo suposto laranja além de Guilherme Costa de Oliveira, eles são alvos de ordens de busca e apreensão.

Na decisão também foi autorizada pelo juiz João Paulo Abe, a quebra de sigilo bancário de todos os investigados. A PF ainda realiza buscas nos endereços de Marcelino Leão Mendonça, cunhado de Marcelo Miranda e da construtora Construarte.  

Essa investigação pretende apurar parte de um esquema sofisticado de lavagem de dinheiro, revelado por Alexandre Fleury Jardim em uma delação premiada homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Ele também teria sido um dos beneficiados no esquema. 

 A "Operação Urutau" procura aprofundar as investigações da operação Reis do Gado, em relação a um eixo da organização suspeito de desviar dinheiro de contratos públicos, que eram feitos por meio das construtoras WTE Engenharia e Construarte, ligadas à família Miranda e beneficiadas com contratos milionários durante o governo de Marcelo Miranda.

Segundo as investigações, a WTE Engenharia, estava no nome do primo do governador, Luciano de Carvalho e de Marcelino Leão Mendonça. Mas após a operação Reis do Gado, as atividades dela foram dissipadas e passaram a ocorrer sob a estrutura da Construarte, que foi registrada no nome de Guilherme de Costa Oliveira, mas seria controlada por Luciano. De acordo com a Polícia, Guilherme Costa era 'laranja do laranja'.

Outro lado

Jair Alves Pereira, advogado da família Miranda,  disse que está elaborando recurso para entrar com pedido de liberdade.

Marcelo Miranda

Já são mais de cinco dias da prisão do ex-governador Marcelo Miranda e o irmão dele José Edmar Brito Miranda Júnior  O pai deles, Brito Miranda, chegou a ser preso, mas pagou fiança e saiu da prisão. A prisão deles ocorreu durante a operação 12º Trabalho, realizada pela PF na semana passada.

Brito Miranda e Brito Miranda Júnior funcionavam como pontos de sustentação para "um esquema orgânico para a prática de atos de corrupção, fraudes em licitações, desvios de recursos, recebimento de vantagens indevidas, falsificação de documentos e lavagem de capitais, cujo desiderato [finalidade] era a acumulação criminosa de riquezas para o núcleo familiar como um todo."

Os atos ilícitos eram divididos em sete grandes eixos, envolvendo empresas, fazendas, funcionários públicos e laranjas, que se relacionavam entre si para o desenvolvimento exitoso das atividades criminosas, mas que funcionavam como grupos formalmente autônomos e independentes, sempre apresentando Marcelo Miranda, Brito Miranda e Brito Júnior como elo de ligação".

Ainda de acordo com as investigações, foram verificados episódios de falsificação de escrituras públicas e registros de imóveis vinculados à família para promover a ocultação e blindagem patrimonial. Também há indícios de ameaças a testemunhas, compra de depoimentos e destruição de provas.

Equipamentos de contrainteligência também foram utilizados para dificultar e impedir a investigação pelas autoridades policiais.

A operação 12º trabalho apresentou diversos detalhes das investigações contra a família Miranda, como um suposto presente dado ao ex-presidente do Tribunal de Justiça, dossiês feitos contra policiais e até suposto envolvimento da família com assassinatos e atos de tortura.

Até um pagamento foi feito por uma denúncia contra o adversário político de Marcelo Miranda nas eleições de 2014.