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TOCANTINS

Idoso morre em cadeira de hospital esperando transferência para UTI

26 julho 2020 - 11h46Por G1 Tocantins

A demora na transferência de pacientes com Covid-19 do interior do Estado para hospitais de maior capacidade tem sido preocupante no Tocantins. O idoso Manoel Rodrigues Costa (77 anos), passou cinco horas dentro de uma ambulância esperando por um leito no Hospital Regional de Porto Nacional, na região central do Estado. Em outro caso, um homem de 68 anos morreu em uma cadeira enquanto aguardava transferência para uma UTI.

A Secretaria de Saúde informou que tem disponibilidade de leitos para casos moderados, leves e graves da Covid-19. (Veja a reposta completa abaixo)

"É angustiante você ver um parente seu passando por uma situação tão difícil e você ver um sistema de saúde precário, um atendimento que deveria ser mais humanizado, deveria ter uma equipe pronta para receber até porque o hospital aqui é referência", lamentou Wellington Aires, sobrinho de Manoel Rodrigues.

Em alguns casos, quando há leitos disponíveis não tem ambulância para fazer a transferência. Foi o caso do Francisco Pereira, de 68 anos. Depois de muitos dias aguardando, ele conseguiu um leito de UTI em Araguaína, mas na hora da transferência faltou uma ambulância. O idoso morreu em uma cadeira no Hospital Regional de Pedro Afonso.

"Procuramos vaga para ele em Palmas, disseram que não tinha. Procuraram vaga para ele em Araguaína e também não conseguiu. Me falaram que iam fazer exame nos pulmões dele e aí disseram que tinha arrumado uma vaga em Araguaína, mas não tinha a UTI móvel, não tinha o carro para levar ele", Edson Silva, filho.

Mais de 80% dos casos de Covid-19 no Tocantins estão nas cidades do interior, e na maioria delas, não há leitos de UTI. A demora na transferência dos pacientes para as três únicas cidades que têm leitos de tratamento intensivo no estado: Palmas, Gurupi e Araguaína, preocupa a Defensoria Pública.

"Não é crível que depois de 120 dias de Pandemia, e com a experiência acumulada, nós ainda tenhamos demora no transporte de pacientes em estado grave. Tenhamos ainda burocracia para acessar vagas, as vezes ainda existentes, e na própria cidade onde está o paciente que aguarda atendimento em estado grave", disse o defensor Freddy Alejandro Antunes.

Até quem está em Palmas enfrenta dificuldades para conseguir um leito de UTI. Esse foi o caso da dona Raimunda Sousa, de 76 anos, que ficou em uma UPA por cinco dias, aguardando transferência. Ela só conseguiu uma vaga na madrugada deste sábado (25).

"Nessa madrugada nós conseguimos fazer a transferência dela para um hospital com mais estrutura, mas ela ainda segue internada. Logo, logo, com fé em Deus, ela estará em casa", disse a gerente de caixa Mayana Sousa.

Veja a nota da Secretaria Estadual de Saúde na íntegra

A Secretaria Estadual de Saúde esclarece que tem leitos disponíveis para o atendimento para os casos leves, moderados e graves com disponibilidade de 205 leitos clínicos e 93 leitos de UTI, com retaguarda dos 21 leitos de estabilização em unidades hospitalares com capacidade de atendimento de urgência e emergência em todas as 8 Regiões de Saúde do Estado para COVID-19.

• Leitos de UTI Adulto: 87
• Leitos de UTI Pediátricos: 06
Total: 93

• Leitos Clínicos Adulto: 192
• Leitos Clínicos Pediátricos: 13
Total: 205

• Leitos de Estabilização: 21