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Infectada por Covid é transferida de ala isolada para UTI comum e servidores denunciam

11 maio 2020 - 08h57Por Redação

O Portal O Norte recebeu uma grave denúncia relacionada a pacientes internados no setor de UTI do Hospital Regional de Araguaína (HRA). 

De acordo com a pessoa denunciante, que preferiu não se identificar, uma mulher submetida ontem (10) ao teste rápido para o novo Coronavírus e que estava em uma ala específica para infectados, foi transferida na noite de sábado (09) para uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), onde estão internados 9 pacientes clínicos com outras enfermidades. "É um risco inaceitável que esses outros pacientes estão correndo", observa o servidor.

Segundo a fonte, a paciente passou mal e procurou o hospital de Augustinópolis sendo transferida para o HRA onde deu entrada no último dia 30 e estava no setor destinado para Covid-19, no entanto, no sábado por volta das 20h, a direção do hospital decidiu realocá-la para a UTI 1, onde estariam apenas internados clínicos. 

Ainda conforme a denúncia, mesmo contra a vontade do profissionais que atuam nesta UTI, alertando o risco para os demais pacientes, a diretoria manteve a decisão de instalar a mulher no setor. 

"Nesse domingo, o médico plantonista pediu um exame para Covid-19, ela foi submetida ao teste rápido que deu positivo para a doença, o que deixou todos os profissionais que atuam no setor ainda mais preocupados", disse o colaborador que como prova, encaminhou à nossa redação a imagem do teste realizado na mulher. "Isso é um absurdo e não pode continuar assim, são muitas vidas em risco aqui", observa o servidor, afirmando que a paciente em estado grave foi levada entubada para a ala comum. 

Vale ressaltar, que a UTI 1 em questão, é a mesma que foi interditada no final do mês passado, depois que uma servidora que atua frequentemente no setor, testou positivo para o novo Coronavírus. Na época, os pacientes que estavam lá, também foram submetidos ao teste que deu negativo e assim, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) decidiu reabrir a unidade três dias depois para receber novos pacientes.

Além da questão do risco enfrentado pelas pessoas que estão internadas junto com a paciente diagnosticada através de teste rápido, os servidores também estão preocupados com a situação de trabalho no setor. Conforme a denúncia, faltam Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) específicos para o enfrentamento da pandemia nas UTIs 1 e 2. "Segurança para trabalhar, é o mínimo que precisamos!", observa.

Ainda de acordo com a denúncia, os profissionais coletaram secreções da mulher para ser submetida a outro teste, o Swab. O resultado ainda não foi divulgado. 

O outro lado

O Portal O Norte procurou a SES para esclarecimento sobre o caso e cerca de 4 horas após a denúncia, em nota a Secretaria confirmou o fato explicando que realmente ela foi transferida de ala após testar negativo para o Covid-19. Confirmou também que o novo teste rápido feito ontem, conforme afirmado pela denunciante, testou positivo.

A SES informou ainda que a paciente foi novamente remanejada para a ala isolada e destacou que o teste Swab ainda não saiu o resultado. 

Sobre Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), a SES garante que a unidade apresenta estoque regular e todos os profissionais da unidade estão assistidos neste sentido. "Os EPIs específicos para manejo clínico de pacientes com o novo vírus são voltados à equipe multiprofissional que atua com os casos da Covid-19", explica. 

A SES esclarece ainda que, junto à Superintendência de Unidades Hospitalares Próprias (SUHP), foi realizada uma série de ações e estratégias com capacitações, organização e atualização de fluxo e processos de trabalho, além de uma seleção de equipe de enfermagem pautada em habilidades técnicas no manejo de pacientes graves. As capacitações resultaram em um aperfeiçoamento de aproximadamente 80% de servidores assistenciais da Diretoria Multiprofissional/HRA, representando um total de aproximadamente 650 colaboradores.