Cientistas chineses da Kaiwa Technology, liderados pelo Dr. Zhang Qifeng em Guangzhou, desenvolveram um robô humanoide equipado com um útero artificial. O projeto foi apresentado durante a World Robot Conference 2025, em Pequim, e promete simular todo o processo de gestação em um ambiente controlado.
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A estrutura conta com sistemas capazes de regular temperatura, pH e fluxo sanguíneo, além de um fluido sintético e cabos nutricionais que imitam o cordão umbilical. Até agora, os testes foram apenas em simulações, sem uso de embriões humanos vivos.
UMA NOVA ALTERNATIVA À INFERTILIDADE
O robô surge como alternativa para casais com dificuldades de engravidar e como possível substituto à “barriga de aluguel”, prática proibida na China. Com um custo estimado em 100.000 yuan (cerca de US$ 14 mil), a tecnologia promete ser mais acessível que os valores cobrados por gestações de substituição em outros países.
A previsão é que o protótipo esteja pronto para testes com humanos em 2026 e que o primeiro nascimento ocorra por volta de 2027, após etapas experimentais com animais de grande porte.
IMPACTO DEMOGRÁFICO E ECONÔMICO
A iniciativa não é apenas tecnológica, mas também demográfica. A China enfrenta uma crise de natalidade, com a taxa de fertilidade despencando de 2,25 filhos por mulher em 1990 para cerca de 1,00 em 2023, muito abaixo do nível necessário para reposição populacional. O envelhecimento da população é outro fator que pressiona por soluções reprodutivas inovadoras.
REPERCUSSÃO ÉTICA E LEGAL
Apesar do entusiasmo, o projeto levanta dilemas éticos e legais. Especialistas questionam os impactos emocionais e psicológicos no desenvolvimento do bebê gestado fora do corpo humano, além de alertarem para a ausência de leis que regulem esse tipo de gestação artificial. Temas como definição de filiação, direitos da criança e responsabilidade médica ainda estão em aberto.
Além disso, a tecnologia traz discussões sobre identidade materna e vínculo afetivo, já que o processo elimina a interação humana durante a gravidez. Outro ponto crítico é a necessidade de regulamentação internacional para evitar abusos e garantir a segurança dos procedimentos.


Testes com embriões humanos vivos ainda não foram realizados, mas cientistas acreditam que robô será "opção mais acessível em comparação aos altos custos da 'barriga de aluguel'" - Crédito: Reprodução 


