Medicamentos conhecidos como “canetas emagrecedoras” — drogas injetáveis como Ozempic, Wegovy, Mounjaro e Olire — estão sendo acompanhados por uma nova onda: versões orais para tratar obesidade e diabetes. A transição marca o início de uma nova fase no combate às doenças crônicas relacionadas ao peso.
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Dois destaques recentes são a orforglipron e a semaglutida em comprimido — chamada de “Wegovy oral”. A ideia é facilitar o uso, dispensando injeções e tornando o tratamento mais acessível.
COMO FUNCIONAM OS ORAIS DE GLP-1
Os medicamentos tradicionais de GLP-1 são peptídicos — fragmentos de proteína — e costumam ser degradados no trato digestivo. Por isso, só existiam em forma injetável.
Para converter algumas dessas drogas em comprimidos, empresas usam estratégias de proteção contra a degradação digestiva. No caso da semaglutida oral (como no Rybelsus e no futuro Wegovy oral), emprega-se tecnologia de absorção que preserva o princípio ativo.
Já a orforglipron nasceu como uma molécula não-peptídica — ou seja, mais “leve” e adequada para uso oral desde o início — o que facilita sua absorção e pode tornar o uso diário mais prático.
RESULTADOS PROMISSORES
Estudos recentes mostram que orofglipron pode levar a uma perda média de peso ao redor de 12%. Em alguns casos, 40% dos pacientes alcançaram até 15% de redução de peso, e 20% atingiram 20% de perda.
Em comparação direta com a semaglutida oral num grande ensaio clínico com diabéticos tipo 2, orforglipron apresentou melhores resultados na redução de glicemia (A1C) e perda de peso.
VANTAGENS DO COMPRIMIDO
Além da praticidade de não depender de agulhas, os comprimidos podem facilitar o acesso em larga escala — logística e custo tendem a ser menores. A administração oral também dispensa refrigeração, o que facilita distribuição e armazenamento.
Isso traz potencial para tornar o tratamento da obesidade mais acessível e menos dependente dos fatores associados às injeções — o que, em tese, poderia aumentar a adesão e tornar o uso mais democrático.
TRATAMENTO CONTINUA PERSONALIZADO
Especialistas destacam que a versão oral dificilmente substituirá por completo as injeções. A obesidade é uma doença complexa, e há cenários que exigem tratamentos mais potentes. Alguns pacientes podem continuar a usar injetáveis ou mesmo terapias mais intensas.
Além disso, os orais são mais indicados para pessoas com IMC moderado (ex: 27 a 35), ou para quem busca tratamento mais leve e prefere evitar agulhas. Para casos mais graves, pode haver necessidade de opções mais robustas.






