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EM 5 ANOS

Trilhas de vulcão onde brasileira caiu registraram 180 acidentes e 8 mortes

24 junho 2025 - 12h00Por Da Redação

A morte da brasileira Juliana Marins, de 26 anos, trouxe atenção internacional para os riscos das trilhas no Parque Nacional do Monte Rinjani, na Indonésia. Juliana foi encontrada sem vida na última terça-feira (24), após cair de um penhasco durante uma trilha no vulcão Rinjani, um dos pontos turísticos mais procurados do país.

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Ela fazia o trajeto rumo ao cume do monte com um grupo de turistas, mas acabou ficando para trás no sábado (21). Segundo a família, Juliana caiu de uma altura de 650 metros, após escorregar em uma encosta. A informação sobre a tentativa de resgate foi divulgada em um perfil criado pela família nas redes sociais.

NÚMEROS MOSTRAM ESCALADA DE ACIDENTES NA REGIÃO

Dados oficiais do Escritório do Parque Nacional de Rinjani, divulgados em março deste ano, apontam um aumento expressivo no número de acidentes. Entre 2020 e 2024, foram registrados 180 acidentes, com 8 mortes.

Veja a evolução dos casos:

Mortes por ano:

  • 2020: 2 mortes

  • 2021: 1 morte

  • 2022: 1 morte

  • 2023: 3 mortes

  • 2024: 1 morte

Acidentes por ano:

  • 2020: 21 casos

  • 2021: 33 casos

  • 2022: 31 casos

  • 2023: 35 casos

  • 2024: 60 casos

Do total de vítimas, 44 eram turistas estrangeiros e 136 turistas locais.

CRESCIMENTO DO TURISMO AMPLIA OS RISCOS

Desde o período pós-pandemia, o Parque Nacional do Monte Rinjani tem registrado aumento no número de visitantes. O crescimento turístico trouxe benefícios econômicos para a população local, mas também gerou impactos ambientais e aumento de acidentes.

O governo da Indonésia reconheceu a situação e, em março, emitiu um parecer recomendando a criação urgente de um Procedimento Operacional Padrão (POP) para busca, resgate e evacuação no parque. O documento destaca a necessidade de protocolos específicos para proteger turistas, operadores de turismo e equipes de resgate.

PRINCIPAIS CAUSAS DOS ACIDENTES

Segundo as autoridades locais, muitas ocorrências estão associadas a comportamentos de risco dos próprios turistas. Entre os fatores mais comuns estão:

  • Falta de equipamentos de segurança

  • Despreparo físico

  • Desconhecimento do terreno

  • Desrespeito às trilhas demarcadas

O tipo de acidente mais frequente é a queda, seguido por torções e escorregões, com um total de 134 casos desse tipo nos últimos cinco anos.

Para tentar reduzir os riscos, o parque instalou placas de alerta em áreas perigosas e reforçou as orientações de segurança nas entradas das trilhas.

TRILHAS DESAFIADORAS E CLIMA INSTÁVEL

Com 3.726 metros de altitude, o Monte Rinjani é o segundo vulcão mais alto da Indonésia. As trilhas até o cume são consideradas desafiadoras e podem durar de dois a quatro dias. Os turistas enfrentam trechos íngremes, clima instável e neblina, aumentando o nível de dificuldade e os riscos.

CASOS MARCANTES ENVOLVENDO TURISTAS ESTRANGEIROS

Além da morte de Juliana Marins, outros acidentes com estrangeiros reforçam o alerta sobre os perigos da região:

  • 2022 – Boaz Bar Anam (Portugal/Israel): Caiu de uma altura de 150 metros ao tentar tirar uma selfie no cume. O corpo foi resgatado após quatro dias de buscas.

  • 2024 – Melanie Bohner (Suíça): Morreu ao cair em um barranco durante uma escalada solo em uma trilha não oficial no Monte Anak Dara, próximo ao Rinjani.

  • 2025 – Turista malaio: Caiu de uma ravina de 80 metros na trilha de Torean. O acidente aconteceu em meio à neblina, após o turista se soltar de uma corda de segurança e recusar ajuda de guias locais.

Todos os três casos envolveram quedas em áreas de risco, com turistas sem o devido equipamento ou em trilhas não autorizadas.

ALERTA PERMANENTE 

As autoridades reforçam a necessidade de preparo físico, atenção aos alertas de segurança e respeito às trilhas oficiais. O aumento na visitação, aliado à natureza desafiadora da região, mantém o Monte Rinjani como um destino que exige cuidado redobrado de quem se aventura por suas trilhas.