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CÂMARA MUNICIPAL

Pedido de reforma do Tiro de Guerra gera bate-boca entre vereadores

26 outubro 2011 - 10h26

Dágila Sabóia
Da Redação

 

Criado em 26 de julho de 1984 e oficialmente inaugurado em 1985, o Tiro de Guerra (TG) forma cidadãos militares na cidade de Araguaína e Região e com atividades executadas há quase trinta anos passa hoje por um momento delicado de sua história.
 

A precariedade na infraestrutura do órgão de formação do Exército no município levou o Comando da 11º Região Militar sediado em Brasília – DF, do qual é subordinado o TG de Araguaína a tomar uma difícil decisão: suspender as atividades até que os problemas sejam sanados.


Ação parlamentar
Tomando conhecimento da situação, o vereador soldado Alcivan, afirmou na sessão de ontem, 25, na Câmara Municipal, que foi pessoalmente confirmar a situação desoladora: “É totalmente uma vergonha! ...Não tem condições dos atiradores permanecerem neste local”, protesta Alcivan afirmando que pode ver de perto alguns dos vários problemas apontados como, o telhado que está desmoronando, o forro que já não existe assim como as falhas na parte hidráulica da unidade. 
 


Preocupado com as conseqüências do fechamento do órgão, Alcivan providenciou de imediato um requerimento pedindo ao Executivo Municipal uma reforma geral com urgência no local.

No uso da tribuna, Alcivan ressaltou a importância do órgão na região e fez duras críticas ao Executivo Municipal: “Foi feita a visita pelo Comando Regional no ano de 2009, 2010 e agora 2011 e desde o primeiro ano o comandante pediu a reforma urgente e não foi atendido... O prefeito municipal eu acho que tá brincando com a sociedade que tanto precisa”, disse o vereador reclamando que em 2012 não terá curso para atiradores na cidade devido a falta de uma reforma no local.

Defesa
Em defesa, o líder do Executivo na Câmara, vereador Mané Mudança argumenta que o Tiro de Guerra está paralisando suas atividades justamente para a reforma e que durante a explanação do vereador Alcivan entrou em contato por telefone com a Secretária de Administração que afirmou: “a reforma vai acontecer”.

Bate-boca
Durante a discussão sobre o pedido de reforma do prédio do TG, Soldado Alcivan acusou a prefeitura de negligência: “Se o prefeito tivesse atendido desde 2009 o pedido de reforma, não seria necessário encerrar as atividades para reformar o prédio, porque outras reformas já foram feitas nele sem prejuízo nas atividades dos atiradores”, disse.

Em resposta ao posicionamento de Alcivan, Mané lembrou que a reforma do prédio não é um problema recente, afirmando ainda que “O prédio tem quase 30 anos e se a situação está precária hoje é porque nunca foi feito uma reforma que preste. Passar tintas nas paredes não é reformar”, argumentou o vereador acrescentando que a prefeitura hoje tem um gasto anual de mais de R$ 200 mil com a manutenção da unidade.

Rebatendo as críticas de Mané Mudança, Alcivan ressaltou que o que estava em discussão era a agilidade na reforma do TG e completou “Quem amparou a viúva, que cuide dela e dos filhos”. Em outras palavras, mas com a mesma conotação, Alcivan teve o apoio do vereador Cleudo Negão (PSDB) que afirmou: “a reforma não é favor, é obrigação!”.

Contradição
Contrariando as afirmações de Mané Mudança ao dizer que a paralisação era para realizar a reforma no local, o comandante do Tiro de Guerra em Araguaína, Subtenente Silvanir, explica que para a manutenção da unidade, foi assinado um convênio entre o Exército Brasileiro e prefeitura destinado para a formação de cabos e soldados para a reserva do exército, no entanto, a prefeitura não estaria cumprindo com suas obrigações.

No convênio, o Exército se compromete em fornecer o instrutor e material para o emprego militar ficando sobre a responsabilidade do município a manutenção das instalações e demais despesas de custeio.

Sensibilização
O subtenente esclarece que nenhum recurso é repassado em dinheiro para a unidade. “Todo e qualquer material necessário é solicitado por intermédio de Ofício dirigido ao prefeito que também é Diretor Onorífico do TG, bem como à Secretaria de Administração. Mas mesmo com as solicitações a manutenção da unidade bem como a alimentação dos atiradores, obrigatoriedades da prefeitura não estão sendo cumpridas". O Comandante reitera que diversas vezes tentou sensibilizar o Executivo solicitando o cumprimento dos deveres assumidos em sua totalidade mas sem obter resposta.

A suspensão
Finalizando suas palavras, o comandante reafirma a suspensão das atividades no próximo dia 17 de dezembro, para não prejudicar a turma que se forma neste semestre destacando que o órgão tem o prazo determinado de até 24 meses para permanecer paralisado e caso não haja solução para os problemas ele poderá ser encerrado em definitivo.

Após ouvir as palavras do comandante, os vereadores demosntraram preocupação com relação ao caso e durante a votação todos, inclusive Mané Mudança votou a favor do requerimento que será encaminhado ao prefeito Valuar Barros (DEM).
 

A frente da sede do Tiro de Guerra, reflete a precariedade do lugar.