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RÁPIDO E BARATO

Pesquisa da UFT pode revolucionar combate a fraudes em combustíveis

23 outubro 2025 - 18h42Por Da Redação

Pesquisadores do Câmpus de Gurupi da Universidade Federal do Tocantins (UFT) desenvolveram um novo método para detectar a presença de metanol em álcool combustível. A tecnologia foi criada pela mestranda Fabíola Almeida Bezerra, do Programa de Pós-Graduação em Química (PPGQ), em parceria com seu orientador, o professor Nelson Luis Gonçalves Dias de Souza. O processo utiliza nanossensores capazes de identificar a presença da substância de forma simples, rápida e de baixo custo. A defesa da dissertação está marcada para março de 2026, e o pedido de patente será protocolado no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).

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RISCO DO METANOL NOS COMBUSTÍVEIS

A adição de metanol em combustíveis, especialmente no etanol, é uma prática irregular e preocupante. A substância é corrosiva e pode causar sérios danos a motores, comprometendo bicos injetores, bombas de combustível, câmaras de combustão e tubulações.

O problema é tão relevante que motivou operações policiais e fiscais em todo o país, como a "Operação Carbono Oculto", e levou a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) a reforçar o cumprimento das resoluções nº 807/2020 e nº 907/2022, que limitam a presença de metanol em até 0,5% na gasolina e no etanol combustível.

PROCESSO SIMPLES E RÁPIDO

De acordo com o professor Nelson Souza, o novo método permite identificar o metanol sem a necessidade de preparo prévio da amostra. "Basta misturar a amostra com a solução do nanossensor e aguardar 30 minutos para o resultado. Quanto mais amarela for a cor, maior é a concentração de metanol", explicou.

Segundo ele, o método é uma alternativa prática e acessível para detectar fraudes diretamente em bombas de combustíveis. "Os nanossensores mudam de cor quando entram em contato com o metanol, dispensando equipamentos complexos. É um processo mais rápido, barato e fácil de aplicar."

INOVAÇÃO E ECONOMIA

A mestranda Fabíola Almeida destaca que a principal vantagem do novo método é a rapidez e o custo reduzido. "A metodologia tradicional da ANP usa cromatografia gasosa, que exige equipamentos até oito vezes mais caros. Nosso processo é colorimétrico: em meia hora, é possível saber visualmente se a amostra está acima do limite permitido."

Os testes laboratoriais já foram concluídos e demonstraram eficiência na detecção da substância, abrindo caminho para a aplicação prática da tecnologia no controle de qualidade dos combustíveis.

Confira, abaixo, links para as resoluções da ANP sobre a adição de metanol no álcool combustível:

RESOLUÇÃO ANP Nº 807/2020

RESOLUÇÃO ANP Nº 907/2020