Uma fiscalização surpresa realizada pelo Ministério Público do Tocantins (MPTO) encontrou diversas irregularidades nas instalações do Hospital Geral de Palmas (HGP), principal unidade hospitalar do Estado. A vistoria foi motivada por denúncias de pacientes e acompanhantes, que relataram superlotação e estrutura precária. O governo do estado recebeu um prazo de cinco dias para apresentar soluções.
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LIXO, BARATAS E FALTA DE LIMPEZA
Vídeos gravados durante a inspeção mostram pacientes acomodados de forma improvisada, lixo acumulado em corredores e escadas, além de banheiros sujos e a presença de insetos.
“Eu nunca vi o HGP tão sujo como está agora. Tinha baratas, e os próprios familiares estavam fazendo a limpeza por falta de funcionários. O estado não paga insalubridade e o salário é muito baixo”, denunciou o promotor de Justiça Thiago Vilela, que acompanhou a ação.
FALTA DE FUNCIONÁRIOS E SALAS LOTADAS
O Hospital Geral de Palmas é referência em atendimentos de alta complexidade no Tocantins e recebe pacientes de todo o Estado. Apesar disso, sofre com falta de pessoal e infraestrutura.
Thalita Gomes de Sousa, que acompanha a filha internada na ala pediátrica, relatou que há mais pacientes do que o previsto. “Aqui tem vaga para sete, estamos com 12. E às vezes só chegam dois profissionais para cuidar de todas essas crianças”, contou.
GOVERNO MINIMINIZA CRÍTICAS
Logo após a fiscalização, o governo estadual anunciou a contratação de 40 auxiliares de serviços gerais para reforçar a equipe de limpeza do HGP. No entanto, a superlotação e a falta de recursos humanos seguem sem solução.
Questionado sobre a situação, o governador Wanderlei Barbosa (Republicanos) minimizou as críticas e atribuiu parte dos problemas a um surto de viroses respiratórias.
“Melhoramos muito o HGP. O Ministério Público pode entrar, nossos órgãos são transparentes. Temos um surto forte de gripe e doenças respiratórias. Mas estou acompanhando tudo de perto. Saúde é um desafio, mas é um setor em que temos crescido bastante”, disse o governador.
SECRETARIA DE SAÚDE NÃO RESPONDEU
A Secretaria de Estado da Saúde (SES), ainda não se manifestou sobre o assunto.