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TOCANTINS

Saúde descarta suspeita de Coronavírus mas detecta "Gripe Suína" em paciente

04 fevereiro 2020 - 09h11Por Informações do Governo do Tocantins e Abril

Na tarde desta segunda-feira, 3, o secretário de Estado da Saúde, Edgar Tollini, recebeu a imprensa para esclarecer sobre o Plano de Assistência Emergencial Epidemiológica desenvolvido pela equipe técnica da pasta, visando o possível manejo de pacientes infectados por Coronavírus, no Tocantins.

Segundo o gestor, logo que houve a suspeita do primeiro caso em território nacional, uma equipe da Vigilância em Saúde reuniu-se com as demais áreas afins para que fosse traçado um plano de forma coordenada e articulada, a fim de proporcionar um diagnóstico e tratamento célere e adequado a cada caso. “Reunimos as áreas técnicas e definimos o HGP [Hospital Geral de Palmas] como a unidade a ser referência para os casos, com 14 leitos de internação e três de UCI [Unidade de Cuidados Intermediários]”, relatou.

Coletiva ocorreu na tarde desta segunda-feira no auditório da SES e teve participação da Vigilância em Saúde e do HGP - André Araújo/Governo do Tocantins

Toda a preparação se mostrou eficiente quando um paciente, oriundo da Alemanha, deu entrada em Porto Nacional na rede pública de Saúde com sintomas e histórico que indicava a possível contração do novo vírus, que demonstrou alta capacidade de transmissibilidade. O quadro clínico do paciente apresentou melhora desde sua internação e resultados de exames realizados no Laboratório Central de Saúde Pública do Tocantins (Lacen) confirmaram a presença do vírus Influenza A, H1N1, que assim como o Coronavírus, causa Síndrome Respiratória Aguda.

Edgar Tollini reforçou que não há motivos para alarde. “Somos um dos cinco estados brasileiros a ter este plano, antes mesmo de sermos acionados pelo Ministério da Saúde. Estaremos esta semana, em Brasília, para as orientações gerais, além de fazermos as reivindicações pertinentes ao trabalho, necessárias para as atividades voltadas aos possíveis pacientes”, enfatizou.

Coronavírus

Também presente na coletiva, o médico infectologista, Flávio Milagres, informou que “a melhor forma de prevenir-se é manter a boa higienização das mãos, evitar aglomerações, principalmente em período de resfriado e ao primeiro sinal de Síndrome Respiratória Aguda Grave, deve-se procurar uma unidade de saúde, para que sejam feitos os protocolos de rastreamentos pré-estabelecidos”.

O especialista acompanhou todo o processo envolvendo o caso suspeito. Ele explica que o Coronavírus é um agente viral novo, de uma família já conhecida, que sofreu alterações em sua estrutura e agora adquiriu a capacidade de infectar seres humanos.

Inicialmente, os primeiros casos foram identificados na região da China e, pelas suas características de transmissibilidade, vêm se espalhando ao redor do mundo, causando desde uma síndrome respiratória simples, como um resfriado, até uma grave, como pneumonias.

Ainda não se sabe, em relação ao vírus, a sua capacidade de transmissão, entretanto estima-se um período de dois a 14 dias de encubação. Assim, é possível identificar a contração do vírus em pacientes que respeitem os critérios de definição para suspeita do Coronavírus: episódios de tosse ou falta de ar, combinados com febre, histórico de presença em região onde há circulação do agente viral pelos últimos 14 dias ou contato com outros pacientes com diagnóstico confirmado. Estes casos serão incluídos no protocolo de enfrentamento.

“No Tocantins, não há circulação do vírus, houve apenas um caso investigado e descartado e a população em geral pode ficar tranquila em relação aos cuidados oferecidos ao paciente e ao baixo risco de infecção neste momento”, tranquilizou o médico Flávio Milagres, explicando que os pacientes que apresentarem suspeita do caso, devem ser conduzidos em sua maioria por meio das Unidades Básicas de Saúde (UBS) e UPAs.

H1N1

O H1N1 ficou famoso há uma década, quando uma epidemia desse subtipo do vírus da gripe provocou 2 mil mortes no Brasil. Em 2018, ele foi responsável por 65% dos óbitos decorrentes dessa doença. E ainda preocupa em 2019, porque já registrou vítimas fatais – especialmente no Amazonas, que inclusive antecipou sua campanha de vacinação para conter o surto.

O vírus causa os mesmos sintomas das outras versões do vírus influenza: febre alta, mal-estar, dor de cabeça, espirros e tosse. A diferença estaria no risco de complicações. “Ele é um pouco mais virulento. Ou seja, multiplica-se rapidamente no organismo e provoca mais casos graves em jovens, asmáticos e gestantes”, comenta Rosana Richtmann, infectologista do Instituto Emílio Ribas, de São Paulo.

O H1N1 integra o time dos vírus influenza tipo A, do qual o H3N2 também faz parte. Esse agente infeccioso, aliás, parece ser mais perigoso para os idosos.

O que é diferente no H1N1

Basicamente, a estrutura do vírus, que possui algumas proteínas diferentes. Além disso, assim como todos os membros da família, o H1N1 sofre mutações frequentes – daí a necessidade de tomar a vacina anualmente, principalmente nas campanhas nacionais. O imunizante é atualizado de acordo com as variedades que estão circulando pelo mundo.

A boa notícia é que as mutações mais impactantes, com potencial extra para fazer estragos, são esporádicas. “A cada seis ou sete anos, temos mudanças mais significativas. Aí costumamos ter epidemias maiores, porque o sistema imune da população não conhece aquele agente, como ocorreu no Brasil anos atrás”, explica Bacha.