A investigação Finta Carozza, que apura um suposto esquema de fraude em licitação e desvio de recursos públicos na Câmara Municipal de Araguaína pode complicar a vida de três ex-gestores que presidiram a casa de Leis no período que compreende os fatos investigados. Sendo eles os deputados estaduais eleitos pelo PL: Marcus Marcelo e Gipão, bem como o ex-vereador Ferreirinha. Até agora Gipão foi o único ex-gestor que não se manifestou sobre a operação.
ENTENDA O CASO
A investigação aponta que, entre 2016 e 2020, foram firmados contratos suspeitos para locação de veículos, totalizando R$ 3.351.540,92 em repasses para uma empresa cujo capital social seria incompatível com os valores licitados. Segundo o MPTO, os contratos podem ter sido superfaturados em até 30%, e há indícios de que os recursos desviados foram movimentados entre empresas do mesmo grupo econômico e repassados a vereadores, assessores, familiares e outros agentes públicos. (Leia a matéria na íntegra).
QUEBRA DE SIGILO
A quebra de sigilo bancário e fiscal revelou movimentações financeiras atípicas, incluindo transferências bancárias suspeitas entre os investigados e suas empresas. O MPTO aponta que o dinheiro pode ter sido ocultado por meio de um esquema de lavagem de dinheiro, utilizando contas bancárias de empresas e pessoas físicas.
Durante as buscas, foram apreendidos documentos, dinheiro em espécie e equipamentos eletrônicos, como celulares, tablets, notebooks e computadores, que servirão para reforçar as investigações.
EX-GESTORES
No período que está relacionado aos fatos investigados, três gestores passaram pela presidência da Câmara, sendo eles:
- Marcus Marcelo de 2016 a 2018
- Ferreirinha de 2018 a 2019 - Sendo que ele assumiu a cadeira após o afastamento do então presidente, Marcus Marcelo, que assumiu a vaga de vice-prefeito da cidade.
- Gipão de 2019 a 2020
O QUE DIZ MARCUS MARCELO?
Em nota encaminhada ao Portal O Norte, o agora deputado estadual, afirmou que até o momento "não teve acesso à investigação, que confia na lisura e na imparcialidade da Justiça do Tocantins e está à disposição dos órgãos de fiscalização."
O parlamentar acrescentou ainda que todas as suas prestações de conta foram aprovadas pelo TCE-TO (Tribunal de Contas do Estado do Tocantins).
O QUE DIZ FERREIRINHA
Por telefone, o ex-vereador Ferreirinha declarou que período de quatro meses como Presidente da casa em função do afastamento do presidente Marcus Marcelo, apenas efetuou pagamentos das despesas referentes a contratos firmados anteriormente e acrescentou que o único documento assinado por ele no período em que esteve à frente da Câmara foi um termo de responsabilidade pelo uso do veículo.
Ferreirinha permaneceu na cadeira da presidência de setembro a dezembro de 2018.
GIPÃO
Gipão também foi procurado pela nossa redação mas ainda não se manifestou sobre o caso. O espaço continua aberto.
PRÓXIMOS PASSOS
O MPTO seguirá analisando o material apreendido para aprofundar as investigações e identificar todos os envolvidos. Até o momento, os nomes dos investigados não foram divulgados.