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COLUNA

JOGO DO PODER

por Tony Veras
INSEGURANÇA

Vereador culpa o Estado pelo aumento da criminalidade em Araguaína

12 abril 2011 - 19h18

Alessandro Sachetti
Da Redação

 

O presidente da Câmara de Vereadores de Araguaína, Elenil da Penha (PMDB), nesta terça-feira, 12, recebeu em seu gabinete a equipe de reportagem do Portal O Norte para, em entrevista exclusiva, comentar, de acordo com sua análise, o trabalho da Polícia Militar, do Estado e do município no que se refere à segurança pública em Araguaína.

Elenil da Penha, elege como um dos maiores problemas para a onda de violência que vem atingindo a sociedade araguaínense a falta de contingente policial nas ruas e explica: “Nós temos bons policias, pelo que vejo são policiais que têm boa formação. Talvez a nossa maior dificuldade seja pelo tamanho da cidade e o que a cidade apresenta em termos de demanda. A PM não tem o contingente necessário para resolver aquilo que a população tanto espera no policiamento ostensivo. Consequentemente isso está gerando uma série de problemas, o Estado não está dando conta de garantir a segurança pública em função da quantidade de policias que nós temos”.

Crescimento acelerado
Segundo o vereador, o crescimento acelerado da cidade nos últimos anos não pode ser usado como desculpa para falta desse contingente, pois, é de obrigação do governo estadual acompanhar e registrar o crescimento populacional, para que assim atribua novos postos policias e um número maior de policiais no patrulhamento cotidiano, além da falta de ações dos órgãos competentes para implantação de projetos e programas sociais: “Acredito que o Estado não acompanhou o crescimento, faltam policias, faltam outros instrumentos necessários para resolver esse problema, além de problemas que nós temos de ordem de políticas públicas e isso tem afetado diretamente a vida da população no aspecto das mais diversas violências cometidas contra a população”.

Operações da polícia
Ainda sobre o trabalho desenvolvido cotidianamente pelo Polícia Militar, o presidente acredita que as operações realizadas, em destaque para a Operação Guardião I e II, resolvem, mas que apenas isso não resolve todo o problema e comenta: “Resolve, toda ação da Polícia Militar é bem-vinda e nós observamos que os policias que estão trabalhando, como todo comando que tem passado por Araguaína tem se depreendido para trabalhar, o que falta realmente são as condições do Estado de proporcionar as condições de trabalho adequadas. Um exemplo, nós temos hoje um trabalho da própria Polícia Civil e militar na feirinha, agora faltam políticas públicas, não basta apenas levar a polícia até os locais de maiores ocorrências. Tem o problema dos cidadãos que estão drogados, isso é um problema de saúde pública. Aquele cidadão é conduzido até a delegacia de plantão, ele, enquanto usuário de drogas, está doente e o que fazer com ele? São situações em que o Estado e o município tem que imediatamente tomar providências”.

Solução, feirinha e Araguaína
Elenil da Penha explanou sobre a necessidade de projetos que tragam melhoras reais a médio e longo prazo, segundo ele não basta apenas policiamento, é preciso dar oportunidade a essas pessoas que vivem à margem da criminalidade, para que possam vislumbrar melhoria em suas vidas, para que deixem de habitar por estes locais onde estão à mercê do crime, do tráfico e da prostituição e completa dizendo que existem outras situações periclitantes no município e que precisam ser solucionadas também: “A solução vai no aspecto social e de infra-estrutura. É preciso fazer um trabalho para melhorar aquela região, fazer a duplicação da avenida Filadélfia, verificar os casos de questões sociais, onde entra a saúde, a Promoção Social do Estado e do município. Nós temos jovens senhoras que, muitas vezes, estão ali ganhando dinheiro na prostituição, é algo a ser trabalhado. Pensar de que maneira o Estado pode proporcionar uma qualificação para esta pessoa sair dessa condição, se é que ela quer sair. São situações que não são fáceis para o Poder Público é preciso agir de alguma maneira, para que possa a ser percebido por eles que lá estão presentes e consequentemente pela sociedade. É preciso ter ação, o que não pode ter é omissão, o que não pode ter é ver as coisas e não fazer. Se tiver uma ação contínua a gente vai diminuindo com o tempo, vai trabalhando na diminuição, ou, como dizem alguns tecnocratas, podemos chegar a um patamar aceitável. É uma ação de médio e longo prazo, não são programas eleitoreiros, são programas de governo. Araguaína é uma região vasta, por exemplo, para fomentação de trabalho análogo ao escravo. Não há problemas só na feirinha, temos a Vila Chambari e outros locais que precisam ser trabalhados. O Poder Público vai ter que se instrumentalizar para dar condições de segurança à sociedade”, finaliza Elenil.