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COLUNA

JOGO DO PODER

por Tony Veras
DESCONFIANÇA

Vereador levanta suspeitas quanto à falta de repasses da prefeitura à Data Traffic

07 junho 2011 - 12h25

Dágila Sabóia/Daniel Lélis
Da Redação


Em entrevista exclusiva concedida ao Portal O Norte, o vereador Divino Bethânia (PP), comentou a participação do diretor do Departamento Municipal de Trânsito (DMT), Capitão Leandro, e de Rodrigo Tahan, representante da empresa Data Traffic, responsável pelos serviços fiscalização de trânsito na cidade, em sessão da Câmara Municipal de Araguaína na manhã de ontem, dia 6. Ambos foram convidados, através de requerimento feito pelo vereador Alcivan Rodrigues (PP), para prestar esclarecimentos sobre os trabalhos realizados na cidade.

Insatisfeito
Sobre sua opinião relativa aos esclarecimentos prestados pelo Capitão Leandro e por Rodrigo Tahan em sessão, o vereador Divino Bethânia foi categórico e fez sérios questionamentos: “Não foi satisfatória. Aliás, foi preocupante. A Data Traffic está atuando em Araguaína há mais de um ano e só recebeu uma parcela do pagamento combinado. Até quando ela vai continuar executando os serviços sem receber nada por isso? Porque a empresa não cobrou o Município ainda? Que vínculo ela tem com o Executivo da cidade para ser tão pacífica e passar mais de um ano com um débito que passa de 1 milhão de reais sem cobrar? Ela está doando os serviços, oferecendo-os como patrocínio? Se sim, vamos agradecer”, ironizou.

Equívoco
Segundo o vereador Bethânia, o Departamento Municipal de Trânsito errou em priorizar a contratação de uma “empresa de multas” para Araguaína. Para ele, há outras prioridades que não foram levadas em conta pelo órgão. “Acho que melhor seria para Araguaína se o DMT, em vez de contratar uma empresa de multas, comprasse semáforos novos para a cidade; contratasse agentes de trânsito para trabalhar nas ruas. Assim, além de contemplar uma necessidade do Município, qual seja ter pessoas qualificadas para fiscalizar o trânsito, geraria emprego e renda. O efetivo da PM é insuficiente. Segundo o próprio Capitão Leandro, são dois policiais apenas. Se um deles vai oferecer suporte às vítimas de acidente de trânsito, e acontece outro acidente, alguém ficará desatendido”.

Requerimentos não respondidos
Bethânia mencionou também requerimentos que teria feito pedindo esclarecimentos sobre o trabalho da Data Traffic em Araguaína. Segundo ele, nenhum deles foi respondido por escrito: “Quero saber quanto a empresa ganha, qual estudo ela realizou em Araguaína e como funciona a sua metodologia. Quero cópia da licitação e do contrato público firmado. Tem mais de um ano que peço esclarecimentos e nada. Como não respondem aos meus requerimentos, só me resta brigar e esbravejar”, afirma o vereador.

A “melhora” do trânsito
Divino questiona ainda a melhoria alegada pelo Capitão Leandro ocorrida depois da implantação dos equipamentos de fiscalização: “O trânsito pode até ter melhorado, mas não acho que os pardais sejam responsáveis por isso. Acredito que se isso aconteceu, é porque o povo de Araguaína, e digo isso sem demagogia, é educado. Não acho coerente atribuir uma suposta melhora a uma câmera. De qualquer maneira, o fato é que mesmo com a força de vontade dos araguainenses de fazer o trânsito dar certo, em breve as ruas não suportarão a quantidade de veículos e os problemas serão insuportáveis”, conta.

Recursos e suposto favorecimento
O vereador Bethânia lançou dúvidas quanto ao trabalho da Jari (Junta Administrativa de Recursos de Infrações). “Dos 1.169 recursos, apenas 11 foram deferidos, o que corresponde a menos de 1%. Engraçada a perfeição. Muita gente me procura afirmando que a multa foi aplicada erroneamente por causa de problemas nos equipamentos de fiscalização. Parece-me que há um favorecimento por parte da Jari à Prefeitura, de maneira que a ampla defesa e o contraditório ficam em segundo plano”, indagou ele.

Atraso no pagamento
No que diz respeito ao atraso da Prefeitura no pagamento da Data Traffic, Bethânia alega: “O Capitão Leandro alega que o Detran não tem repassado à Prefeitura o dinheiro vindo das multas. Ora, ninguém deve transferir a responsabilidade para o outro. Tem que saber porque o órgão não transferiu os repasses; porque se tiver tudo legal, cabe ao Município executar; ou vai fazer como a Data Traffic, que não cobra dívida?”