Novos detalhes sobre o assassinato de Harenaki Javaé, jovem indígena de 18 anos, revelam a extrema brutalidade do crime que abalou a Ilha do Bananal e provocou comoção nacional. A vítima, que tinha deficiência intelectual e mentalidade de criança, estava no início da gravidez quando foi morta de forma violenta.
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CRUELDADE DO CRIME
Segundo informações apuradas, Harenaki foi abusada sexualmente, teve os olhos perfurados, a língua cortada, unhas arrancadas e foi queimada ainda com vida. O corpo da jovem foi encontrado parcialmente carbonizado próximo à Aldeia Canuanã, em Formoso do Araguaia, durante um festejo que precisou ser cancelado em luto.
INVESTIGAÇÕES EM ANDAMENTO
Dois homens chegaram a ser detidos — um indígena e um não indígena —, mas foram liberados por falta de provas. O indígena já havia sido apontado como suspeito no assassinato da mãe de Harenaki, ocorrido cerca de um ano atrás.
A Polícia Civil do Tocantins, com apoio da 84ª Delegacia de Formoso do Araguaia e da 7ª Delegacia Regional de Gurupi, conduz as investigações. Exames de DNA, realizados a partir do feto encontrado, devem ajudar a identificar possíveis vínculos com os autores do crime.
PRESSÃO POR JUSTIÇA
A Articulação dos Povos Indígenas do Tocantins (ARPIT) e o Instituto de Caciques e Povos Indígenas da Ilha do Bananal (Icapib) emitiram notas de repúdio, cobrando respostas imediatas.
“Foi um ato de violência bárbaro e covarde contra alguém indefesa, que nunca deveria ter acontecido”, afirmou o Icapib.
MOBILIZAÇÃO NACIONAL
O caso chegou ao Ministério dos Povos Indígenas (MPI), que acompanha as apurações e oficiou a Secretaria da Segurança Pública do Tocantins (SSP), além de acionar o Ministério Público do Tocantins (MPTO) para garantir que não haja impunidade.
A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) também repudiou o crime e reforçou a necessidade de investigação rigorosa, destacando que a violência contra mulheres indígenas não pode ser tolerada ou banalizada.


Vítima tinha deficiência intelectual; dois homens foram presos e soltos por falta de provas - Crédito: Divulgação 


