Na manhã desta quinta-feira (13), a Polícia Civil e o Ministério Público do Tocantins (MPTO) cumpriram mandados de busca e apreensão em Araguaína, no norte do Estado. A operação investiga um esquema de fraude em licitação e desvio de dinheiro público envolvendo contratos da Câmara de Vereadores com uma empresa de locação de veículos.
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As irregularidades teriam ocorrido entre 2016 e 2020, resultando em repasses que somam R$ 3,3 milhões.
COMO FUNCIONAVA O ESQUEMA?
A investigação aponta que a Câmara firmou contrato com a empresa Auto Vip Multimarcas Ltda para locação de veículos sem motorista. No entanto, há indícios de que muitos dos veículos nunca pertenceram à empresa.
Outro detalhe grave é que vereadores supostamente alugavam seus próprios carros ou indicavam terceiros para fornecer os veículos, desviando recursos públicos.
EMPRESA MOVIMENTOU MILHÕES
O sigilo bancário e fiscal da empresa revelou uma movimentação de R$ 6,3 milhões no período investigado, sendo que mais da metade desse valor veio da Câmara de Vereadores.
Além disso, o MPTO acredita que os contratos estavam superfaturados em até 30% e que os valores desviados eram repassados para vereadores, assessores, familiares e outros agentes públicos.
ESQUEMA DE LAVAGEM DE DINHEIRO
Conforme apurado nas investigações, para dificultar a identificação do desvio, os envolvidos movimentavam o dinheiro por contas de outras empresas e pessoas físicas, configurando um esquema sofisticado de lavagem de dinheiro.
O QUE FOI APREENDIDO?
Durante as buscas, os agentes recolheram equipamentos eletrônicos, documentos e dinheiro. O nome da operação, "Finta Carozza", significa "falsa carruagem" em italiano, uma referência à suposta simulação de locações para ocultar o desvio de verbas públicas.
O Portal O Norte solicitou manifestação na nova gestão da Câmara de Vereadores sobre o caso:
Nota
A Câmara Municipal de Araguaína informa que ainda não foi notificada sobre a operação Finta Carozza.
O assunto refere-se a gestões anteriores, conforme o noticiado mais precisamente aos anos de 2016 e 2020.
A Câmara por meio da Presidência atual, reforça que preza pela transparência e irá colaborar com as investigações.
A redação também tenta contato com a empresa investigada.