Uma operação conjunta do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Tocantins (Gaeco/MPTO)com o apoio das Polícias Civil e Militar cumpriu mandados de prisão, busca e apreensão nesta quarta-feira (12), em Araguaína, Wanderklândia e Tocantinópolis, com o objetivo de desarticular uma suposta organização criminosa que atuava na emissão de documentos para carros roubados ou furtados.
Os mandados da Operação Dolos começaram a ser cumpridos nesta madrugada. São sete de prisão preventiva, além de mandados de busca e apreensão em 12 endereços nas três cidades.
Segundo informações preliminares, entre os supostos envolvidos no esquema e que foram presos na operação, estão servidores do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), empresários que atuam na área de emplacamento de veículos e despachantes. Dos sete mandados de prisão, 5 estão sendo cumpridos em Araguaína, um em Tocantinópolis e um em Wanderlândia. O nome das pessoas presas não foram divulgados. a Justiça também autorizou a quebra de sigilo bancário e fiscal dos envolvidos.
Mandados foram cumpridos em 12 endereços em Araguaía, Wanderlândia e Tocantinópolis. (Foto: Portal O Norte)
Segundo as investigações, a suposta organização seria especializada em legalizar a documentação de veículos roubados ou furtados em território nacional. Para isso, abriam processo de primeiro emplacamento junto ao Detran Tocantins, utilizando-se de chassi clonado, notas fiscais falsificadas e dados pessoais de vítimas que eram cadastradas como proprietárias desses automóveis. Servidores do Detran que supostamente integram a organização auditavam os processos e emitiam o Certificado de Registro de Veículo (CRV).
O processo de investigação foi instaurado no ano passado. (Foto: Portal O Norte)
Para o processo de emplacamento, a organização teria como prática clonar o chassi de veículos novos, que por vezes ainda estavam na concessionária e que possuíam as mesmas características do automóvel roubado ou furtado. De acordo com a investigacão, ao que tudo indica, os veículos não chegavam a passar pelo Estado do Tocantins, visto que não é necessária a realização de vistoria para o emplacamento de automóveis zero-quilômetro.
As placas e os lacres eram enviados do Tocantins para os Estados onde os veículos se encontravam, para que lá fossem afixados. Depois de “esquentados”, os automóveis estariam aptos para serem revendidos a terceiros.
O funcionamento da suposta organização criminosa foi investigado pelo Gaeco, por meio de Procedimento Investigativo Criminal instaurado no ano passado. As apurações envolveram interceptações telefônicas e a quebra do sigilo do IP de computadores, devidamente autorizadas pela Justiça. Segundo o MP, a administração do Detran contribuiu com o andamento das investigações.