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JUSTIÇA

Padre do TO é condenado por abusar de jovem que queria ser seminarista

02 dezembro 2025 - 10h53Por Da Redação

O padre Marcos Aurélio Costa da Silva foi condenado a oito anos de reclusão pelos crimes de estupro e cárcere privado com finalidade libidinosa. Segundo o processo, o religioso atraiu um jovem de 18 anos de Pernambuco para Palmas sob a promessa de ajudá-lo a ingressar em um seminário católico.

A decisão é de segunda instância e reforma a sentença de primeiro grau, que havia absolvido o réu. A nova condenação foi proferida pela desembargadora Ângela Haonat, após apelação do Ministério Público do Tocantins (MPTO).

PROMESSA DE AJUDA RELIGIOSA 

O caso veio à tona em 2019, quando o jovem denunciou que o padre o convenceu a viajar ao Tocantins afirmando que precisaria assinar pessoalmente uma carta de recomendação vocacional.

Mensagens apresentadas no processo mostram que Marcos Aurélio pedia fotos, solicitava massagens e afirmava que os dois dividiriam o mesmo quarto em Palmas, alegando que o jovem deveria “se acostumar com a vida de missionário”.

O religioso foi preso em 26 de agosto de 2019.

CÁRCERE PRIVADO 

De acordo com a denúncia, o jovem foi mantido em cárcere privado na casa do padre, submetido ao consumo de bebidas alcoólicas e violência sexual. Ele conseguiu fugir apenas quando o réu esqueceu a chave inserida na porta.

Ao chegar à delegacia, segundo o relato dos policiais, a vítima estava em forte abalo emocional, sem documentos e pedindo socorro.

REFORMA DA SENTENÇA

A absolvição inicial apontava dúvida quanto à autoria dos crimes. Porém, o MPTO recorreu, defendendo que o relato do jovem era coerente e confirmado por testemunhos, laudos técnicos, impactos psicológicos e por um histórico de condutas semelhantes do padre.

O documento cita um episódio de 2015, quando o então sacerdote, atuando em Peixe, chegou a ser preso suspeito de mostrar pornografia a um adolescente de 16 anos.

RÉU PODERÁ RECORRER EM LIBERDADE

A desembargadora determinou que a pena de oito anos seja cumprida inicialmente em regime semiaberto e autorizou o réu a recorrer em liberdade. A defesa informou que apresentou embargos infringentes, já que houve voto divergente no julgamento.

A diocese de Porto Nacional, à qual o religioso era ligado, foi questionada sobre a situação atual do padre e ainda não respondeu. Desde 2018, Marcos Aurélio estava suspenso das atividades da Igreja.

INDENIZAÇÃO NÃO FOI FIXADA

Apesar do pedido de reparação por dano moral presumido, a decisão não estabeleceu indenização mínima à vítima.