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NO TOCANTINS

Professor morre de infarto e denúncias de assédio e bullying na escola vêm à tona

01 setembro 2025 - 20h49Por Da Redação

O professor de história Carlos Eduardo Meira Batista, conhecido como Kadu, de 29 anos, faleceu no domingo (31) após sofrer um infarto em Recursolândia, onde atuava na rede estadual de ensino. Natural de Brumado (BA), ele havia ingressado recentemente no quadro efetivo da Secretaria da Educação do Tocantins (Seduc), lecionando na Escola Estadual Recurso I desde 2024.

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PEDIDOS DE REMOÇÃO E SAÚDE

Colegas e amigos relataram que Kadu havia solicitado ao menos três pedidos de remoção, anexando laudos médicos que indicavam problemas de saúde e necessidade de tratamento em outra localidade. A Seduc informou que o primeiro pedido foi negado por ele ainda estar em estágio probatório, enquanto o segundo havia sido aceito e seria publicado nesta segunda-feira (1º), um dia após o falecimento.

Após os episódios na escola, Kadu passou a utilizar três medicamentos de tarja preta. Segundo relatos, ele teria sofrido assédio no ambiente de trabalho e hostilidade de estudantes. Um amigo contou que alunos colocavam pedras dentro de bolinhas de papel para atingi-lo enquanto escrevia no quadro.

Outro colega destacou que Kadu enfrentava perseguição e bullying, chegando a registrar denúncias contra a gestão da escola. “Era um cara super inteligente e dedicado. Muito poesia em um lugar onde as pessoas não sabiam ler”, afirmou.

TRANSLADO E FUNERAL

O corpo será levado para Brumado (BA), cidade natal do professor, onde ocorrerá o sepultamento. Sem cobertura de plano funerário, familiares e amigos iniciaram campanha de arrecadação de R$ 11.700, valor necessário para translado, salão funerário e sepultamento.

As doações podem ser feitas via Pix: 77999576323, em nome de Natália Santos Franco, mãe do filho de Kadu.

HOMENAGENS

O prefeito de Recursolândia, Vinícius Barbosa, publicou nota de pesar manifestando solidariedade à família, colegas, alunos e amigos. Nas redes sociais, ex-alunos e professores prestaram homenagens, destacando a dedicação de Kadu ao ensino.

POSIÇÃO DA SEDUC

A Seduc afirmou que lamenta profundamente a morte do professor e manifestou solidariedade à família, amigos, colegas e estudantes. A pasta esclareceu que Kadu estava em estágio probatório desde 21 de janeiro de 2024 e que o primeiro pedido de remoção foi negado com base na Lei Estadual nº 1.818/2007 e na Instrução Normativa Geral nº 02/2015, que impedem remoções de servidores em estágio probatório, salvo determinação judicial.

Segundo a secretaria, o edital de remoção interna, publicado em 13 de agosto e acordado com o Ministério Público do Tocantins, ofertou 490 vagas. Kadu havia se inscrito para ser removido para Pedro Afonso, que tinha três vagas disponíveis para História. Como houve apenas dois inscritos para essas vagas, ele foi automaticamente aprovado, e o resultado aguardava publicação na Casa Civil prevista para 1º de setembro.

A Seduc não se manifestou sobre denúncias de assédio e bullyng as quais o educador teria sofrido na unidade.