Os três amigos em momento de diversão à beira do rio - Crédito: Arquivo Pessoal O educador físico Ricardo Moacir Machado Vieira, professor do Centro de Ensino Médio Benjamim, em Araguaína, detalhou pela primeira vez o acidente que matou os amigos Murilo Vinhal e Idael Farias. A entrevista foi ao perfil TO em Notícia.
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O trio pescava no Rio Tocantins, próximo a Filadélfia, quando foi atingido por um raio na tarde de sábado (11).
O CHOQUE E A PERDA DOS AMIGOS
“Fecho os olhos e ainda vejo eles afundando”, contou Ricardo, ainda abalado. Segundo ele, o grupo pescava junto há anos. Murilo, experiente, já atuava como guia de pesca esportiva em Babaçulândia.
“Estávamos na lancha, conversando e sorrindo, encostados na mata, no meio do lago, quando começou a chuviscar. Idael chamou para começar a pescar, e Murilo respondeu que era melhor pegar os pingos de chuva pescando do que parado. No primeiro arremesso dos dois, o raio caiu no barco. Senti a descarga pela vara de pescar. Quando olhei, meus amigos já não estavam”, relatou Ricardo.
TENTATIVA DE SALVAR OS COLEGAS
O professor ainda tentou socorrer Murilo e Idael, mas a descarga elétrica foi fatal. “Quando vi eles afundando, saltei em direção ao Murilo, que estava mais próximo da embarcação. Puxei ele pela camiseta, passei o braço pelo peito dele e senti a roupa queimada. Tentei puxar, mas ele já estava sem vida. O vento e a chuva aumentavam, o barco afastava, entrei em pânico. Foi quando soltei ele e lutei pela minha vida”, contou.
Ricardo explicou que, no momento do impacto, estava na parte traseira da lancha, Murilo à frente, perto do motor elétrico, e Idael no centro, próximo ao sistema de som. “Acho que essa posição fez diferença. Eu estava mais atrás, um pouco distante do ponto onde o raio atingiu. Mesmo assim, senti o choque passando pela vara e pelo corpo inteiro”, disse.
SOBREVIVÊNCIA E PEDIDO DE SOCORRO
Após a descarga elétrica, Ricardo conseguiu nadar de volta até a lancha, que ficou à deriva até encostar na mata. “Peguei meu celular, mandei mensagem para meu irmão, contei o que havia acontecido e pedi socorro, enviando minha localização. Foi uma dor imensa, um trauma enorme”, completou.
ENCONTRO DOS CORPOS
Os corpos de Murilo e Idael foram localizados na manhã de domingo (12), por volta das 11h50, a cerca de três quilômetros abaixo de Filadélfia, a oito metros de profundidade. As buscas envolveram mergulhadores, bombeiros e amigos das vítimas.
*Com informações do TO em Notícia
