Palmas
24º
Araguaína
24º
Gurupi
23º
Porto Nacional
23º
SUPERMERCADOS CAMPELO 2
Supermercados Campelo Agosto
REGRA CONSTITUCIONAL

Câmara Federal cassa mandatos de Eduardo Bolsonaro e Alexandre Ramagem

18 dezembro 2025 - 20h06Por Da Redação

A Mesa Diretora da Câmara dos Deputados decidiu, nesta quinta-feira (18), cassar os mandatos dos deputados federais Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Alexandre Ramagem (PL-RJ). As decisões foram publicadas no Diário da Câmara dos Deputados no mesmo dia.

Participe do grupo do O Norte no WhatsApp e receba as notícias no celular.

Os atos foram assinados pelo presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), e outros quatro integrantes da Mesa Diretora.

CASSAÇÃO DE EDUARDO BOLSONARO POR FALTAS

A perda do mandato de Eduardo Bolsonaro foi declarada com base em regra constitucional que proíbe deputados e senadores de faltar a mais de um terço das sessões deliberativas do ano legislativo.

Eleito por São Paulo, Eduardo reside nos Estados Unidos desde o início de 2025 e tentou exercer o mandato à distância, sem sucesso. A Câmara contabilizou 78 sessões deliberativas no ano, das quais o parlamentar faltou a 63, o equivalente a quase 81% do total.

O presidente da Câmara antecipou a análise das ausências, que normalmente ocorre apenas em março do ano seguinte, ao afirmar que o deputado já havia alcançado o número suficiente de faltas para a cassação.

MANDATO PERDIDO, MAS SEM INELEGIBILIDADE IMEDIATA

A cassação não torna Eduardo Bolsonaro inelegível automaticamente. Isso só ocorrerá caso o Supremo Tribunal Federal o condene no processo em que ele responde por tentativa de coagir autoridades brasileiras no julgamento do pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Segundo o próprio ex-deputado, a permanência nos Estados Unidos ocorreu para evitar uma suposta perseguição política e jurídica no Brasil.

RAMAGEM É CASSADO APÓS CONDENAÇÃO NO STF

A cassação de Alexandre Ramagem ocorreu em cumprimento direto à decisão do Supremo Tribunal Federal, que condenou o ex-parlamentar à perda do mandato e a 16 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado.

Ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Ramagem deixou o Brasil antes da conclusão do julgamento e, segundo a Polícia Federal, está nos Estados Unidos desde a segunda semana de setembro. Ele é considerado foragido, e o Ministério da Justiça deve iniciar pedido de extradição.

DECISÃO EVITA NOVA TENSÃO COM O JUDICIÁRIO

O rito adotado pela Mesa Diretora no caso de Ramagem representou um recuo em relação à ideia inicial de submeter a cassação ao plenário. A mudança de postura ocorreu após o episódio envolvendo a deputada Carla Zambelli, que acabou renunciando ao mandato depois de decisões conflitantes entre Câmara e STF.

Aliados de Hugo Motta afirmam que o objetivo foi evitar uma nova escalada de tensão institucional com o Judiciário.

REVEZES ADMINISTRATIVOS E PROCESSO CRIMINAL

Antes da cassação, Eduardo Bolsonaro já havia sofrido sanções administrativas, como o bloqueio do salário por decisão do STF e a inclusão na Dívida Ativa da União por quase R$ 14 mil em débitos com a Câmara.

O Ministério Público Federal denunciou Eduardo por atuar junto a autoridades norte-americanas em defesa de sanções contra o Brasil, com o objetivo de pressionar o Supremo no julgamento da trama golpista. A denúncia foi aceita, e ele se tornou réu. Caso seja condenado, poderá ficar inelegível.