A Câmara dos Deputados decidiu, na noite desta quarta-feira (10), manter o mandato da deputada Carla Zambelli, rejeitando o pedido de cassação em plenário. A votação terminou em 227 votos a favor da cassação, 170 contrários e 10 abstenções — insuficiente para atingir os 257 necessários para afastar a parlamentar.
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VOTOS DOS DEPUTADOS TOCANTINENSES
Entre os representantes do Tocantins, apenas Ricardo Ayres votou a favor da cassação, isolando-se na defesa da execução da decisão judicial. Os demais deputados estaduais federais — Alexandre Guimarães (MDB), Carlos Gaguim (UB), Eli Borges (PL), Filipe Martins (PL), Tiago Dimas (Podemos) e Vicentinho Júnior (Progressistas) — votaram contra. Antônio Andrade (Republicanos) não registrou presença na votação.
ORIGEM DA CASSAÇÃO
A cassação de Zambelli seria consequência de sua condenação pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos de prisão por comandar a invasão de sistemas do Conselho Nacional de Justiça. A decisão do STF, definitiva desde junho, previa a perda automática do mandato, cabendo à Câmara apenas formalizar o afastamento, o que não ocorreu.
DEBATE SOBRE AUTONOMIA PARLAMENTAR
A decisão do plenário vai na contramão do parecer aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ), que recomendava a perda do mandato. O argumento central foi que o cumprimento de pena em regime fechado é incompatível com o exercício da função parlamentar, reforçando o debate sobre limites e autonomia da Câmara.
REPERCUSSÃO INTERNACIONAL
O caso ganhou destaque internacional após Zambelli fugir para a Itália, sendo considerada fugitiva e procurada pela Interpol. Ela foi presa nos arredores de Roma, e o governo brasileiro já solicitou sua extradição. O processo aguarda análise da justiça italiana.






