A Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR) da Câmara Municipal de Palmas rejeitou, nesta quarta-feira, a proposta de conceder o título de cidadão palmense ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A iniciativa, apresentada pelo Coletivo SOMOS, gerou debates acalorados entre vereadores e representantes da sociedade civil.
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VOTO CONTRÁRIO DA CCJR
O presidente da CCJR, vereador Juarez Rigol (PL), justificou o voto contrário, afirmando que o presidente faz “desserviço para o país” e que as obras realizadas em Palmas possuem caráter social, mas não seriam suficientes para a concessão do título. “Com todo respeito, tenho até constrangimento, pra não dizer vergonha, de votar uma matéria desse teor. Em hipótese alguma concederia um título para alguém que está fazendo um desserviço pro país e aqui pra Palmas”, disse.
DEFESA DA HOMENAGEM
Thamires Lima, porta-voz do Coletivo SOMOS, defendeu a proposta, destacando que o título reconhece trajetórias com impacto direto na população. Segundo ela, políticas federais lideradas por Lula deixaram legados em educação, moradia, infraestrutura e inclusão energética em Palmas e no Tocantins. “Discordâncias políticas são legítimas, mas não podem apagar resultados mensuráveis para famílias e municípios”, afirmou.
PRINCIPAIS AÇÕES CITADAS
Aliados e críticos apontaram algumas das políticas implementadas ou fortalecidas durante governos de Lula:
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Bolsa Família: beneficiou milhares de famílias em Palmas, com impacto em alimentação, educação e condições de vida.
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Minha Casa, Minha Vida: entrega de moradias populares em residenciais como Jardim Taquari e Morada do Sol.
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Expansão do Ensino Superior Público: consolidação do campus da Universidade Federal do Tocantins (UFT) em Palmas.
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Criação do Instituto Federal do Tocantins (IFTO): oferta de educação técnica e tecnológica.
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Novo PAC no Tocantins: 138 obras em saúde, educação, cultura, esporte e infraestrutura, incluindo melhorias no Aeroporto de Palmas.
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Casa da Mulher Brasileira: unidade entregue em 2025, oferecendo assistência a mulheres em situação de violência.
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Regularização fundiária: 1,9 milhão de hectares destinados à população tocantinense, focando em agricultura familiar e comunidades tradicionais.
CONTEXTO ECONÔMICO E SOCIAL
Enquanto Rigol criticou a concessão por acreditar que as obras têm caráter social, dados recentes apontam melhora nos indicadores econômicos: taxa de desemprego em 5,8% (menor patamar desde 2024), pontuação recorde do Ibovespa (140 mil pontos) e valorização do real frente ao dólar (R$ 5,40). Thamires Lima argumenta que esses números reforçam o simbolismo da homenagem, mostrando avanços que impactam diretamente Palmas e o Tocantins.
CONCLUSÃO
A proposta agora está oficialmente rejeitada na CCJR, mas o debate evidencia a polarização entre avaliação política e reconhecimento de impactos concretos das políticas federais na capital e no estado. A polêmica reforça o caráter simbólico e político da concessão de títulos de cidadão, envolvendo diferentes perspectivas sobre legado, desenvolvimento social e desempenho econômico.


Vereadores discutem impactos de políticas federais em Palmas e no Tocantins durante análise da homenagem - Crédito: Divulgação 


