Um áudio do pastor Silas Malafaia enviado ao ex-presidente Jair Bolsonaro foi incluído no relatório da Polícia Federal (PF) que resultou no indiciamento do ex-chefe do Executivo e de seu filho, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL), nesta quarta-feira (20/8).
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No áudio, Malafaia critica a postura de Eduardo em discursos considerados nacionalistas e relata a Bolsonaro que chegou a repreender o filho.
“Toda a arrombada que o Trump deu no mundo é sobre economia. Com o Brasil, é sobre você, cara. A faca e o queijo tá na sua mão, cacete. E não podemos perder isso. E vem teu filho babaca falar merda, dando discurso nacionalista [...] Dei-lhe um esporro, cara. Mandei um áudio para ele de arrombar. E disse: a próxima que tu fizer, gravo um vídeo e te arrebento, falei para o Eduardo”, disse Malafaia.
CRIMES AOS QUAIS RESPONDEM
A PF indiciou Jair Bolsonaro e Eduardo pelos crimes de coação no curso do processo e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, ao restringir o exercício dos poderes constitucionais.
As investigações apuraram ações de coação no curso da Ação Penal nº 2668, em trâmite no Supremo Tribunal Federal (STF), que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado ocorrida no Brasil entre 2022 e 2023.
CONTEXTO INTERNACIONAL E SANÇÕES
O indiciamento ocorre em meio às sanções impostas pelos Estados Unidos a autoridades brasileiras e à pressão do governo de Donald Trump, que classificou a ação contra Bolsonaro como uma “caça às bruxas”.
Atualmente, Jair Bolsonaro cumpre prisão domiciliar em Brasília. Eduardo Bolsonaro está nos Estados Unidos, onde busca influenciar sanções contra o ministro Alexandre de Moraes.
PRÓXIMOS PASSOS
O relatório da PF será enviado à Procuradoria-Geral da República (PGR), que decidirá se apresenta denúncia formal ao STF ou arquiva o caso. Caberá ao Ministério Público avaliar se as provas reunidas sustentam a acusação contra o ex-presidente e seu filho.


Mensagem integra relatório da PF que indiciou Jair e Eduardo Bolsonaro por coação e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito - Crédito: Danilo M.


