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TOCANTINS

Eduardo volta dia 7 para a Seplan e diz que Siqueira vai anunciar reforma

03 novembro 2011 - 08h32

Em entrevista exclusiva por telefone, o titular da pasta de Planejamento e Modernização da Gestão Pública, Eduardo Siqueira Campos, disse que estará de volta ao trabalho na segunda-feira, 7 de novembro, após a licença para exames médicos e tratamento de hipertensão iniciada dia 18 de outubro, e afirma que seu desejo é seguir à frente da Seplan (considerada uma das principais pastas da administração estadual).

Diante de mais uma onda de informações de bastidores dando conta de sua saída, reage com bom humor ao dizer que já perdeu a conta de quantas vezes o ‘tiraram’ do cargo. Contudo, o secretário afirmou que, por ora, ele e o governador Siqueira Campos (PSDB), seu pai, não pretendem mudar o comando da pasta.

De acordo com o secretário, a bateria de exames a que se submeteu, em Brasília, confirmou um quadro hipertensivo (pressão diastólica, quando há alta nos valores máximo e mínimo da pressão arterial). Como tratamento, afirma que agora se submete à prática de exercícios físicos e uso de medicamentos, mas ainda não se configura um quadro clínico que o leve a afastar-se do cargo, garantiu Eduardo.

Planos
Eduardo destacou que sente-se bem, e útil, à administração estadual no comando da Seplan por ser um dos interlocutores diários do governador e que tem se realizado, no plano profissional, na pasta que ultima um PPA (Plano Plurianual) a partir da coleta de dados junto à população com o projeto Agenda Tocantins. Segundo Eduardo, também no próximo ano há previsão de ingresso de recursos, via empréstimos internacionais, que vão auxiliar o governo no desenvolvimento do Estado e isto o anima a querer seguir à frente do Planejamento.

Ele também disse que já processou o tratamento que tem recebido como “primeiro ministro” ou “supersecretário” e destacou que sente-se realizado porque o PPA estadual está sendo construído em consonância com o PPA nacional. “Posso dizer que me sinto feliz na Seplan, de certa forma participando de todas as decisões do governo, muito mais do que se estivesse lidando diretamente com obras (na Secretaria da Infraestrutura) ou financeiro (na Secretaria da Fazenda)”, disse, ao comparar que também não lhe apeteceria migrar para a Casa Civil, onde “o Renan de Arimatéa realiza um brilhante trabalho”.

Reforma e eleições
A previsão de Eduardo Siqueira Campos é que seu pai promova uma mudança no secretariado no início do próximo ano, antes mesmo do prazo definido por lei para a desincompatibilização de secretários que queiram disputar cargos nas eleições de 2012. “É uma informação que será dada pelo governador na hora certa”, frisou, ao não adiantar prazos ou nomes. “Mas posso garantir que será bem antes do prazo legal para desincompatibilizações”, afirmou.

Eduardo reconheceu que a atual composição do secretariado, “mais técnica”, ajudou na estabilidade administrativa, mas não representou “um bom aproveitamento” do ponto de vista político – o que pode ter refletido no descontentamento de algum segmento aliado. “É minha avaliação, que a composição não deu um formato que contemplasse o caráter político”, disse, sem querer destacar os nomes que tanto poderão ser descartados quanto aproveitados na “reforma”.

Sabe-se que um dos secretários mais cotados para se candidatar é o titular da pasta das Cidades e Desenvolvimento Urbano, Ronaldo Dimas (PR), em Araguaína. Também o presidente do Prodivino, Mazinho, que deve disputar em São Félix, no Jalapão. Entre outros nomes que não devem representar entraves para a reforma está o do controlador-geral Eldon Barbosa, que deve disputar a prefeitura de Almas, de Goaciara Cruz, do PR, (extraordinária da região administrativa Sul) em Gurupi, e de Raimundo Boi, do PSDB (extraordinário em Gestão Hospitalar) em Miracema.

Na avaliação de Eduardo, o grupo aliado do governo, assim como cresceu na Assembleia Legislativa, tem como desafio crescer também nos municípios. Para isso, Eduardo aposta na reaproximação de personagens que haviam se distanciado do grupo. “Vai ser um ano de abertura, um ano de reconciliações”, disse, também sem antecipar nomes.

Sucessão 2014
Tido nos bastidores como um nome para disputar a sucessão de seu pai, em 2014, Eduardo ponderou que ainda é cedo para discutir um nome. Ressaltou que o governador, mesmo com 83 anos, pode vir a ser candidato à reeleição, se houver um entendimento de que Siqueira deva tentar conquistar um quinto mandato.

Quanto ao próprio nome, não desprezou o sonho de vir a governar o Tocantins, mas frisou, diversas vezes, que sua vontade é recuperar o que chama de “irmandade” política que vigorou até 2002 – quando o grupo elegeu Marcelo Miranda, então no PSDB, governador pelo grupo (o rompimento ocorreu em 2005 e culminou na reeleição de Miranda em 2006). E lembrou que no primeiro governo de Lula, a maioria da bancada dos deputado federais e senadores estava unida no grupo e se apresentou ao governo federal como um exemplo de bancada que lutava pelo desenvolvimento do Estado.

“Então, tanto poderemos ter uma reeleição de Siqueira, até diferente do que se projeta hoje, faltando três anos e oito meses, ou eleger alguém do próprio grupo, para seguirmos unidos em uma união estadual que repetisse 2002”, avaliou. (Lailton Costa)