O Ministério Público do Tocantins (MPTO) instaurou o Inquérito Civil Público nº 4485/2025 para apurar suspeitas de nepotismo na Prefeitura de Axixá do Tocantins. A investigação mira o prefeito Auri Wulange (União Brasil) e o vice-prefeito conhecido como Negão do Cinda (PL), após denúncia apontar nomeações de parentes em cargos estratégicos do Executivo.
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CABIDE DE EMPREGO
Segundo a denúncia anônima recebida pelo MP, o prefeito teria nomeado a filha, a atual companheira, um primo e um sobrinho para funções de confiança. Já o vice-prefeito teria indicado a companheira, a irmã e a sobrinha para cargos comissionados, além de outros possíveis casos envolvendo vereadores da base.
A denúncia descreve que as nomeações transformaram a prefeitura em “cabide de emprego para família do prefeito e do vice”, e cita ainda que as portarias e contracheques podem ser conferidos no Portal da Transparência do município.
PARENTES EM CARGOS ELEVADOS
O MPTO identificou familiares diretos do prefeito em pastas como Secretaria de Finanças, Secretaria da Mulher, Diretoria Financeira do SAAE e Secretaria de Transporte. No caso do vice-prefeito, a investigação cita cargos na Secretaria de Assistência Social, Subsecretaria da Mulher e direção escolar.
Levantamento do Portal da Transparência aponta salários que variam de R$ 2.500 a R$ 5.078,97, dependendo da função ocupada.
NEPOTISMO É PROIBIDO POR LEI
A investigação se baseia na Súmula Vinculante nº 13 do Supremo Tribunal Federal (STF), que proíbe a nomeação de cônjuges, companheiros e parentes até o terceiro grau para cargos em comissão ou funções de confiança. Caso seja comprovada a prática, os envolvidos podem responder por improbidade administrativa, conforme a Lei nº 8.429/92, e sofrer penalidades como perda do cargo e suspensão dos direitos políticos.
PREFEITO NÃO SE PRONUNCIOU
O MPTO solicitou que a prefeitura encaminhe documentos com os atos de nomeação, contratos de trabalho e comprovação da qualificação técnica dos nomeados. Até o momento, o prefeito Auri Wulange não se manifestou sobre a investigação.


Inquérito apura nomeações de familiares de Auri Wulange e Ailton Dias Carneiro (Negão do Cinda) - Crédito: Divulgação 


