Após assumir o comando da prefeitura de Palmas com o afastamento do gestor Eduardo Siqueira Campos (Podemos), em um dos primeiros atos à frente do município, o prefeito em exercício, pastor Carlos Velozo (Agir), decidiu exonerar dois dos principais aliados do prefeito eleito, sendo eles duas personalidades da extrema confiança de Eduardo: o secretário-chefe do Gabinete, Carlos Júnior, e o procurador-geral do Município, Renato Oliveira.
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Para substituí-los, foram nomeados Fábio Bernardino da Silva, vice-presidente nacional do Agir, e a advogada Priscila Alencar Veríssimo de Souza. Ambos são de Brasília e têm vínculos diretos com a cúpula partidária do pastor Velozo.
PROMESSA QUEBRADA
Um fato que chama atenção nessa situação é que as mudanças publicadas no Diário Oficial do Município desta terça-feira (1º) aconteceram menos de 24 horas depois de Velozo reunir o secretariado e garantir que não faria alterações na equipe.
Na manhã de segunda-feira (30), o prefeito interino chegou a se encontrar com secretários e presidentes de autarquias para garantir que só ocorreria a saída já prevista de Marcílio Ávila, da Zeladoria Urbana, substituído pelo vereador Carlos Amastha (PSB).
Porém, ainda no mesmo dia, Velozo avisou que outros cargos estratégicos seriam redistribuídos por exigência do Agir, que passou a ter protagonismo na nova fase da gestão.
Em nota, o ex-secretário Carlos Júnior demonstrou claramente estar surpreso com a decisão que classificou como “estranha” e criticou a falta de coerência apontando "a fragilidade de uma aliança política vitoriosa que se desfaz tão rapidamente".
INFLUÊNCIA POLÍTICA
Os novos ocupantes de postos estratégicos são próximos ao comando nacional do Agir e, segundo fontes dos bastidores, têm relações com o Grupo Monte Sião, conglomerado do agronegócio com atuação no Tocantins. O grupo é liderado pelo empresário Leandro Luiz e sua sócia, Delide Corrêa que já presidiu o segmento feminino do partido e tal fato levanta o questionamento sobre quais seriam os interesses por trás dessa decisão.
Conforme apuração, Velozo atribuiu as trocas à necessidade de ter pessoas de confiança e à reivindicação do Agir, que já mantinha um acordo de participação na gestão desde o ano passado.
Apesar disso, servidores do Paço apontam influência do Pastor Amarildo nas principais decisões.
VISITA NA PRISÃO
Antes de formalizar as exonerações, Velozo foi ao quartel onde Eduardo Siqueira está preso e orou com ele. Depois, declarou que recebeu “carta branca” do titular para conduzir a cidade.
O prefeito interino defendeu as mudanças e disse que não teme críticas por trazer nomes de fora do Tocantins. Segundo ele, todas as decisões são tomadas com “prudência e responsabilidade”, e o diálogo com a família e aliados de Eduardo será mantido.
NOVAS MUDANÇAS
O prefeito em exercício ainda destacou que não descarta a possibilidade de novas mudanças na equipe nos próximos dias caso seja necessário.