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COLUNA

Vitrine Cultural

por Dágila Sabóia
A FADA QUE TINHA IDEIAS

Clássico infantil e uma lição que pode ajudar você a driblar a depressão e ansiedade

19 outubro 2021 - 10h39Por Dágila Sabóia

Artigo de Opinião

Desde de muito pequena meus pais me incentivaram à leitura. Lembro que meu primeiro contato foi com historinhas de Gibis como: Turma da Mônica, Zé Carioca, Tio Patinhas, os super heróis da Marvel e por aí vai. Mas dentro desse universo da leitura, se tem um livro especial que marcou a minha infância foi inquestionavelmente a "Fada que tinha ideias" da escritora Fernanda Lopes de Almeida. Agora depois de adulta voltei a ler ele para os meus filhos e a experiência além de ter sido prazerosa me trouxe um insight fantástico sobre nossa essência e o tempo.

A primeira edição do livro foi lançada em 1971 e ele se tornou um clássico da literatura infantil. Ele é tão fabuloso e atemporal que faz totalmente sentido até hoje. Esses dias estava em uma livraria e na hora de escolher um livro novo para os meus pequenos veio um estalo e me lembrei dele. Nem pensei duas vezes e levei o livro pra casa.

Todos os dias eu lia um capítulo antes deles dormirem e fiquei emocionada com os olhos vibrantes dos dois, atentos ouvindo a história que narra a jornada de uma fadinha criativa e inovadora: a Clara Luz. Eles ficavam curiosos pra ver a continuidade das aventuras da protagonista e assim foi até o fim da leitura.

O livro respira liberdade: de invenção, de expressão, de ser ao invés de ter. (Foto: Arquivo Pessoal)

Com um olhar mais crítico e apurado do que quando li ele pela primeira vez, tive o prazer de perceber claramente o quanto é incrível a essência curiosa e criativa de uma criança e o quanto a gente se afasta disso ao nos entregarmos às preocupações cotidianas da vida adulta.

O livro respira liberdade: de invenção, de expressão, de ser ao invés de ter. De viver a essência ao invés de se prender a padrões. Clara Luz cria, recria e transforma o mundo sem se preocupar com o passado e nem com o futuro. O foco é o "AGORA", a plenitude de estar no presente. 

Ele não é simplesmente um conto de fadas, é uma lição sobre viver da essência, fora da caixinha.

A maioria de nós vivemos presos ao passado e ao futuro. Digo isso com muita convicção depois de ingressar em uma jornada de mentoria com o jornalista, pesquisador e escritor, Jacob Petry, o que tem me proporcionado enxegar uma verdade óbvia que faz total conexão com a leitura do livro: a mente e o tempo são inseparáveis. Mas a mente é o passado e o futuro, a raiz de mágoas, culpa, tristeza que levam à depressão e ansiedade, já o tempo é um ponto só: o agora, e a gente nunca vai sair desse ponto, porque o passado e o futuro só estão na nossa mente e quanto mais nos prendermos à ela, mais distantes ficamos de nossa essência, mais longes de experimentar a plenitude de existir.