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PAIS QUE CUIDAM

“Pai é aquele que assume”, conta aposentado que adotou três crianças

12 agosto 2022 - 08h59

O segundo personagem da série "Pais que cuidam” é o aposentado Manoel Virgínio, 67 anos, casado e pai de cinco filhos, três deles são adotivos. As entrevistas feitas pela Prefeitura de Araguaína em comemoração ao Dia dos Pais, celebrado neste domingo, 14, tem como objetivo contar histórias de moradores araguainenses que assumem e vivenciam a paternidade superando dificuldades financeiras, sociais e preconceitos.

Manoel é maranhense, nasceu em Riachão, boa parte da vida morou na zona rural com a família em um município com pouco mais de 4.500 habitantes. Até 2018, o sustento da casa era obtido por meio da agricultura, agora ele trabalha como vigilante em uma empresa.  “Tínhamos uma terra em Barra do Ouro, com a morte do meu pai, vendemos e nos mudamos para Araguaína há quatro anos”, explicou .

Para Manoel, a paternidade é uma decisão que não depende dos laços sanguíneos. Casado há 40 anos com Maria do Espírito Santo, o casal possui dois filhos biológicos: Roberto e Ivani. Os outros três foram adotados ainda na infância, Railany, Junior e Hernani. 

“O pai é aquele que assume e ajuda os filhos, por isso não tem diferença para mim, todos receberam o mesmo tratamento”, disse o aposentado.
 
Ser pai é uma decisão

A família foi aumentando naturalmente, antes dos filhos receberem um novo lar, Manoel conta que viviam em vulnerabilidade social. “Na maioria dos casos, a mãe deles não tinha condições de criar e passou as crianças para a minha esposa que me perguntou o que eu achava, eu disse para ela: Vamos cuidar”.

Hoje, os filhos adotivos são adultos, atuando no mercado de trabalho e não moram mais com o casal, dois vivem no Estado do Mato Grosso e uma em Araguaína. Ele reconhece a importância de amparar e que cumpriu o seu papel como pai.

“Adotar é bom, porque você pode oferecer um futuro melhor, todos agradecem muito por termos acolhido, são bons filhos e nos ligam direto”, reforçou.
 
Adoção de valores

Além de prover o alimento da casa seja trabalhando no campo ou na cidade como vigilante, a paternidade é exercida por meio do diálogo.  Manoel conta que fez questão de educar os filhos com valores que aprendeu e considera essenciais.

“Eu sempre conversei com eles, ensinei a responsabilidade para cada um, todos estudaram. Quando saía de casa, tinha que falar onde e com quem, para não se perderem com más companhias”, citou
 
Exemplo

O filho biológico, Roberto Nascimento, mora na cidade, trabalha como auxiliar de rede e sempre visita a casa dos pais. Aos 35 anos, ele confirma a importância da figura paterna em sua vida. “Meu pai é exemplo de educação, força e nossa convivência é muito importante para mim”.
 
Família Acolhedora

Recentemente, Manoel e a esposa estão em processo de capacitação para participarem do Família Acolhedora, serviço do Município que tem como intuito encontrar pessoas dispostas a acolher temporariamente crianças e adolescentes em situação de risco pessoal e social.

“Eu fiquei sabendo do Família Acolhedora devido a van que vem deixar os alunos no colégio em que eu trabalho. O que me motivou foi a história e o pedido, eu fiquei comovida, quando ele me disse que não tinha pai e nem mãe e perguntou se eu não poderia acolhê-lo”, contou Manoel.

A família acolhedora que obtiver a guarda temporária receberá, dentro dos trâmites legais, uma bolsa-auxílio. As inscrições podem ser feitas presencialmente na Secretaria Municipal da Assistência Social, Trabalho e Habitação, situada à Rua Humberto de Campos, nº 508, Bairro São, ou pelo site: https://bit.ly/3t5bCE5.