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"DESLIGAMENTO QUESTIONÁVEL"

Demitida, médica de UTI Pediátrica expõe o caso e aponta perseguição da direção técnica do HMA

18 janeiro 2024 - 11h25Por Da Redação

A demissão repentina de uma das principais especialistas de UTI Pediátrica em Araguaína veio à tona nessa quarta-feira (18), depois que a médica Moabe Saraiva (35 anos) decidiu expor a situação em rede social apontando motivação pessoal por parte da diretora técnica do Hospital Municipal de Araguaína (HMA), Elena Medrado. 

Moabe Saraiva, conversou com nossa reportagem e disse que no último dia 12, foi notificada pela direção sem aviso prévio de que seria demitia. Segundo ela, o Instituto Saúde e Cidadania (ISAC), responsável pela gestão do hospital alegou conflitos internos entre Dra Moabe e a Diretora Técnica. 

"Foi realmente frio o desligamento, eles justificaram que a Dra Elena Medrado estava com dificuldades de relacionamento comigo", disse acrescentando: "Eu como coordenadora sempre levava para a direção os problemas que impactavam a UTI e algumas vezes discordava da direção sobre algumas questões, mas estão alegando que eu estava assediando pessoas e isso não é verdade. Ela foi motivada por questões pessoais e a Dra Elena pediu minha cabeça".

A Pediatra relatou ainda à nossa reportagem, que com sua saída, outros especialistas que atuavam na equipe coordenada por ela decidiram pedir demissão da UTI também por considerarem injusta a medida tomada pela direção do ISAC. Um deles, confirmou por telefone à nossa redação sobre a sua decisão de se desligar da unidade também, mas não comentou mais detalhes sobre o assunto. Dra Moabe adiantou que integrantes da equipe estariam inclusive apenas cumprindo o tempo determinado para a efetivação de suas saídas. 

"Não vi ninguém se posicionando sobre isso, as coisas estão abafadas, muita gente não está sabendo o que acontece lá, mas o fato é que muita coisa não está certa", afirmou a médica destacado que após a sua saída e o aviso de desligamento de outros especialistas, a direção estaria substituindo os profissionais por médicos inexperientes na área e que estão prescrevendo o tratamento dos pacientes internados. "São pouquíssmos profissionais especializados e isso é preocupante".

A médica ainda ressalta que "a maior questão é perder o que estava sendo construído. A UTI Pediátrica estava muito bem estabelecida, funcionando direitinho e abrir mão disso por questões de picuinhas é absurdo. Eu acredito que a vida das crianças é muito mais importante que isso", observa.

ESPECIALISTA

Com 10 anos de experiência na área, Moabe Saraiva veio de Brasília para Araguaína à convite do ISAC há quatro anos e meio, quando deram início ao processo de instalação, treinamento da equipe que atuaria no setor de UTI Pediátrica do HMA e ela participou desse trabalho desde o início. "Preparamos um equipe bem alinhada, iclusive conquistamos certificação de qualidade. Desde então, mantivemos a UTI com bons resultados, índices de óbitos baixos. Vale ressaltar que temos poucos profissionais dessa área no Tocantins e em Araguaína temos o máximo 4 especialistas realmente preparados para esse atendimento". 

No HMA, a médica era responsável por coordenar os trabalhos de equipe acompanhando diariamente a programação de tratamento dos pacientes.

 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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Atualmente, Dra Moabe Saraiva continua atuando no Hospital de Doenças Tropicais (HDT), mas sua maior carga de trabalho era dedicada a atendimentos no HMA. 

Quando Moabe Saraiva decidiu expor o caso em seu perfil no Instagram ela afirma que recebeu inclusive o apoio velado de profissionais que atuam da saúde, mas que por medo de retaliações preferiram não se posicionar publicamente. 

Pais de pacientes e ex-pacientes atendidos por ela na unidade também se manifestaram em seu direct lamentando a saída da profissional e agradecendo aos cuidados durante sua atuação no HMA. "Eu me dedicava intensamente para atender nossos pacientes" e finalizou: "Não tenho nada contra a Dra Helena, agradeço a oportunidade do ISAC, mas a forma abrupta como foi feita a rescisão é questionável", observa a médica. 

O Portal O Norte procurou o ISAC para esclarecimetos sobre os relatos da especialista. Confira abaixo a nota na íntegra: