Acompanhante mostra situação de marmita entregue a paciente na UPA. - Crédito: Imagens Cedidas ao Portal O Norte Em menos de 24 horas, familiares de paciente voltaram a denunciar o descaso e precariedade no atendimento da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) que tem enfrentado uma superlotação nos últimos dias devido à falta de vagas em leitos no Hospital Regional de Araguaína (HRA).
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MARMITA DE OSSO!
Com quadro de penumonia, hoje completa 6 dias que dona Marinez Barbosa (65 anos) está na UPA à espera de uma transferência para o HRA. Além da longa espera que se agrava por várias comorbidades como cardiopatia, diabetes e hipertensão, a família da idosa gravou um vídeo mostrando a precariedade da marmita que a paciente recebeu como refeição ontem por volta das 18h e que continha um pedaço de frango composto praticamente por osso, sem carne suficiente para alimentação adequada.
"Parece que alguém já tinha comido! Ao invés de um pedaço de frango veio basicamente só o osso! Abri e filmei, minha mãe nem tinha mexido na comida", disse Raimunda Olinda destacando que abriu uma reclamação formal na unidade e um dos profissionais afirmou que o serviço de marmitas é terceirizado, que não ocorre preparação dos alimentos na unidade.
"COMPLETO DESCASO"
A família disse que continua na tentativa de transferência da mãe para o regional: "Até agora só documentos de recusa. Minha mãe está só piorando mas nos prontuários eles dizem que ela está estável mas ela não está. Minha mãe sente muito desconforto respiratório, está fraca e quase nem segura de pé mais", disse Olinda afirmando que as avaliações da paciente estão sendo feitas por acadêmicos de Medicina: "O médico desses 6 dias que ela está internada nunca nem colocou um estetoscópio para fazer a osculta pulmonar dela, nada! É um completo descaso!"
CALAMIDADE NO REGIONAL
Neste final de semana uma reportagem do Portal O Norte que repercutiu nas redes sociais apontou uma grave denúncia de descaso com uma paciente que acabou morrendo dentro do HRA. Familiares acusaram o hospital de omissão e negligência com Ana Rita Cardoso de Sousa, que segundo eles, não recebeu atendimento especializado e faleceu depois de 3 dias passando mal em uma cadeira de macarrão.
O Portal O Norte mais uma vez procurou a Secretaria de Estado da Saúde (SES) para esclarecimentos sobre a situação de recusa de transferências da UPA para o HRA mas até agora não se manifestou sobre a questão.
O QUE DIZ A UPA
Nota de Esclarecimento – Alimentação na UPA Anatólio Dias Carneiro
Lamentamos profundamente o episódio ocorrido na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Anatólio Dias Carneiro, gerida pelo ISAC (Instituto Saúde e Cidadania), e reconhecemos que a apresentação da refeição relatada está aquém do padrão de qualidade que buscamos assegurar a todos os pacientes. O caso está sendo tratado com rigor e providências já estão em andamento.
Esclarecemos que a UPA não é uma unidade de internação. No entanto, por tratar de casos que permanecem sob cuidados por período prolongado — como pacientes que aguardam transferência —, são fornecidas refeições apenas àqueles que permanecem por mais de seis horas na unidade.
A alimentação é preparada e fornecida pelo Hospital Municipal de Araguaína (HMA), que dispõe de cozinha própria e equipe de nutrição responsável pela elaboração de cardápios balanceados, utilizando alimentos frescos. As refeições são entregues à UPA embaladas individualmente, identificadas e distribuídas conforme a necessidade de cada paciente.
Diante da ocorrência, todo o processo de solicitação, recebimento e distribuição das refeições está sendo revisto. A equipe envolvida foi advertida e orientada, e os critérios de mensuração das porções reforçados, de modo a assegurar que falhas como essa não se repitam.
Reiteramos nosso compromisso com a qualidade da assistência, o respeito aos pacientes e a melhoria contínua dos serviços prestados. Seguimos à disposição para os devidos esclarecimentos e sempre abertos ao diálogo com a população e a imprensa.
