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SAÚDE PÚBLICA

Alto custo barra remédios para obesidade no SUS; R$ 6 bilhões em cinco anos

22 agosto 2025 - 20h25Por Da Redação

A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec) decidiu não incorporar os medicamentos à base de semaglutida e liraglutida ao Sistema Único de Saúde (SUS). O principal motivo apontado foi o alto custo do tratamento, considerado inviável para o orçamento público.

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ENTENDA A DECISÃO

Os dois pedidos analisados pela comissão foram:

Uso da semaglutida (canetas Wegovy) para pacientes com obesidade grau II e III, acima de 45 anos e com doença cardiovascular.

Uso da liraglutida (canetas Saxenda) para pacientes com obesidade e diabetes tipo 2.

Ambos os medicamentos já são aprovados no Brasil, mas cada caneta custa cerca de R$ 1 mil, exigindo uso contínuo.

Segundo a Conitec, atender a demanda no SUS custaria R$ 4,1 bilhões em cinco anos, podendo chegar a R$ 6 bilhões em casos de uso prolongado.

POR QUE OS REMÉDIOS FICARAM FORA DO SUS

Além do impacto financeiro, a comissão destacou que o SUS já oferece cirurgia bariátrica como alternativa para tratamento da obesidade grave.
Com isso, os medicamentos seguem disponíveis apenas na rede privada.

MINISTÉRIO PLANEJA PRODUÇÃO NACIONAL

A decisão ocorre duas semanas após o Ministério da Saúde anunciar parceria entre a Fiocruz e a farmacêutica brasileira EMS para produzir canetas nacionais com as mesmas substâncias.
A EMS lançou, no início do mês, a caneta Olire, feita à base de liraglutida, usada no tratamento da obesidade e diabetes.

Em nota, o Ministério afirmou que a estimativa de impacto financeiro anual seria de R$ 8 bilhões e que a ampliação da produção nacional e de genéricos é estratégica para reduzir custos e viabilizar futuras incorporações.

ESPECIALISTAS ALERTAM PARA IMPACTO NA POPULAÇÃO

A Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso) manifestou preocupação.
Segundo a endocrinologista Maria Fernanda Barca, a exclusão dos medicamentos do SUS limita o acesso da população de baixa renda a tratamentos eficazes para obesidade e diabetes.

A médica lembra que essas drogas trazem benefícios adicionais, como redução da inflamação, melhora de gordura no fígado e até efeitos positivos em casos de Alzheimer. “Ignorar esses resultados pode gerar custos ainda maiores no futuro”, alerta.

FARMACÊUTICA DEFENDE AMPLIAÇÃO DO ACESSO

Em nota, a Novo Nordisk declarou que entende os desafios orçamentários do SUS, mas destacou que a Conitec reconheceu a eficácia e segurança do medicamento. A empresa reforçou que o pedido era apenas para a incorporação do Wegovy, e não do Ozempic.