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DOENÇA TROPICAL

Período quente favorece risco de contrair leishmaniose; saiba como tratar e se prevenir

13 agosto 2021 - 09h44Por Ascom

A semana do dia 10 de agosto foi instituída por meio da Lei federal Nº 12.604 como o período que celebra anualmente a Semana Nacional de Controle e Combate à Leishmaniose. Deste modo, trazemos hoje importantes informações sobre causas, sintomas, tratamentos e como evitar a doença.

A leishmaniose é uma doença parasitária relativamente comum em países tropicais, como o Brasil, que afeta principalmente cachorros, mas que pode ser transmitida para os humanos através da picada de pequenas insetos, conhecidas como flebótomos. Para isso basta que o inseto pique um cachorro doente antes de picar a pessoa, para que seja transmitida a doença.

Existem várias formas de leishmaniose, no entanto, as duas mais comuns são:

  • Leishmaniose tegumentar: é a forma mais comum e afeta a pele, provocando o surgimento de um pequeno caroço ou feridas no local da picada.
  • Leishmaniose visceral: afeta os órgãos internos e causa sintomas mais sistêmicos, como febre, ínguas doloridas, perda de peso e manchas na pele;

Algumas formas de leishmaniose não precisam de tratamento específico e acabam por desaparecer após alguns meses, no entanto, é sempre recomendado consultar um médico, pois o tratamento com remédios antiparasitários ajuda a acelerar a recuperação, além de evitar algumas complicações, como sangramentos, infecções mais graves e cicatrizes.

Hospital de Referência 

Para se ter uma ideia, de 2019 até o mês de julho deste ano em Araguaína, o Hospital de Doenças Tropicais da Universidade Federal do Tocantins (HDT-UFT), instituição filiada à Rede da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh),  referência no atendimento da doença, tem o registro de 81 casos da leishmaniose tegumentar e 66 da leishmaniose visceral. No entanto, é uma doença que ainda é negligenciada no Brasil, e que precisa dessa visibilidade para que a população entenda os riscos e se atentem para as formas de prevenção.

Principais sintomas

Os sintomas da leishmaniose variam de acordo com a forma da doença. Para as duas formas mais comuns, os sintomas são:

1. Leishmaniose tegumentar

Em muitos casos, a leishmaniose tegumentar é uma infecção silenciosa, o que significa que pode não causar qualquer tipo de sintoma, desaparecendo sem a pessoa nunca souber que existiu.

No entanto, quando provoca sintomas, o principal sinal é o aparecimento de um pequeno caroço no local da picada que, após algumas semanas ou meses, se transforma em uma ferida grande e arredondada. Junto com estas alterações também pode existir dor no local afetado e inchaço das ínguas próximas do local. Conheça mais sobre a leishmaniose tegumentar.

2. Leishmaniose visceral

Quase todos os casos de leishmaniose visceral se iniciam com uma febre superior a 38ºC que se mantém por várias semanas. Durante esse tempo, a febre vai diminuindo até desaparecer, mas volta pouco tempo depois. Outros sintomas incluem:

  • Inchaço da barriga, cerca de 2 semanas após o início da febre;
  • Ínguas doloridas;
  • Perda de peso e fraqueza excessiva;
  • Manchas escuras na pele;
  • Pode haver diarreia.

Quando este tipo da doença está mais avançado pode ainda surgir anemia severa que pode levar a problemas cardíacos, assim como sangramentos do nariz, olhos e nas fezes. Se o tratamento não for iniciado, é frequente o desenvolvimento de doenças mais graves como pneumonia, sarampo ou tuberculose, que colocam em risco a vida. Veja como é feito o tratamento da leishmaniose visceral para evitar complicações.

O que fazer em caso de suspeita

Quando existe suspeita de se estar infectado com leishmaniose é muito importante ir imediatamente ao hospital para fazer exames de sangue e confirmar se a doença está presente no organismo.

Geralmente, a leishmaniose tegumentar pode ser diagnosticada mesmo sem exames, pois o surgimento das feridas após a picada é suficiente para confirmar a doença. Por outro lado, no caso da leishmaniose visceral, os sintomas podem ser semelhantes aos de outras doenças infecciosas e, por isso, pode ser necessária a realização de exames de sangue específicos e, em alguns casos, biópsia do baço ou da medula para ter a certeza do diagnóstico e iniciar o tratamento adequado.

Como é feito o tratamento

O tratamento da leishmaniose pode variar de acordo com a forma apresentada. Nos casos da leishmaniose tegumentar, o tratamento específico pode não ser necessário, já que as alterações da pele tendem a desaparecer sozinhas. No entanto, o uso de um antiparasitário, como a Anfotericina B, indicado pelo médico pode acelerar a recuperação.

Já no caso da leishmaniose visceral, o tratamento é quase sempre necessário e é feito com o uso de Anfotericina B ou medicamentos antimoniais pentavalentes, que são mais fortes contra a infecção, mas que também causam mais efeitos colaterais.

Transmissão e como se proteger

A transmissão da leishmaniose para os humanos só acontece através da picada do inseto infectado. Assim, a única forma de se proteger contra a doença é evitando a picada do mosquito adotando alguns cuidados como:

  • Utilizar redes mosquiteiras ou cortinas repelentes nas janelas e portas de casa;
  • Passar repelente na pele ou utilizar frequentemente sprays inseticidas:
  • Colocar coleiras com inseticida nos animais domésticos e vacinar estes animais;
  • Evitar tomar banho em rios ou lagos perto de mata.

Além disso, como o inseto que facilita a transmissão se reproduz em matéria orgânica é muito importante evitar o acúmulo de lixo e resto orgânicos dentro de casa e nos locais próximos da habitação.

Estes cuidados, além de protegerem contra a leishmaniose também protegem contra outros doenças provocados pela picada de insetos como Dengue, Zika ou Febre de Chikungunya, por exemplo. Veja outras formas de se proteger contra a picada de insetos.