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CRIME ORGANIZADO

Carta comprova instalação do Comando Vermelho no Tocantins; 43 presos já teriam se filiado à facção criminosa

15 setembro 2013 - 18h20

Da Redação

A Redação do Portal O Norte teve acesso, com exclusividade, a uma cópia da carta que foi encontrada na Unidade de Tratamento Penal Barra da Grota, em Araguaína. Esta carta comprova a instalação do Comando Vermelho no Tocantins, como uma ramificação do crime organizado no município araguainense. No documento, especifica a sigla da facção a quem os criminosos devem seguir, uma matrícula de identificação, fala em uma caixinha para sustentar o Comando no Tocantins, diz ainda na compra de uma casa de apoio para as “estrelas” e também para que uma “advogada” possa trabalhar nos processos dos presos que estão em regime semi-aberto e aberto.

Ao final da Carta, 43 presos já teriam assinado o documento para se filiarem à facção criminosa, com a devida identificação: nome completo, sigla e números. Aceitando desta forma, estar cientes de todas as orientações e deveres que devem cumprir diante do Comando Vermelho no Estado e que possam saber a quantidade exata de quantos estão filiados na organização.

Identificação

De acordo com a Carta, a sigla de identificação do Comando Vermelho no Tocantins seria IBL.CV.L.R.L.J.U.TO.RL – Irmão Bem Vindo Leal ao Comando Vermelho com Liberdade, Respeito, Lealdade, Justiça, União do Tocantins Representando o Comando Vermelho. O documento esclarece que os criminosos estão se unindo para se organizar e fortalecer o grupo por meio da liberdade, respeito, lealdade, justiça e união ao fundador do Comando Vermelho, que representou e lutou pela paz, o respeito e a igualdade a todos, além da liberdade de expressão. 

Finanças

E para manter a facção no Estado, a Carta também explica que aqueles que assinarem a lista, devem contribuir para uma “caixinha”. Esta caixinha seria para fortalecer os “irmãos” em uma passagem para “a cunhada” de ida e volta; também seria para a compra de uma casa, com o objetivo de dar apoio para as “estrelas”. Diz ainda que a casa seria para a “advogada” trabalhar nos processos daqueles que estão presos em regime semi-aberto e aberto.

Lista e matrícula

Ao final do documento, é explicado aos “irmãos” como serão organizados dentro da facção criminosa no Tocantins, para saber a quantidade exata de filiados na organização. Para cada nome na lista, há uma sigla, que seria as iniciais dos nomes, com os números identificando cada um. Ao todo, na Carta, tinha assinatura de 43 presos.

Alerta

O promotor Benedicto Guedes afirmou que a segurança pública do Tocantins já foi avisada sobre o fato. E explicou que um dos focos da organização é exterminar autoridades, por exemplo, policiais militares, juízes, promotores e políticos. Guedes ressalta que é preciso investigar rápido este fato, pois os assaltos a bancos e tráfico de drogas em grande quantidade são sinais “fortíssimos” da presença da organização, pois o Comando precisa de dinheiro para que seja mantido no Estado.

Comando Vermelho

O Comando Vermelho é uma organização criminosa no Brasil, criada em 1979 na prisão Cândido Mendes, na Ilha Grande, na cidade de Angra dos Reis (RJ), formada por um conjunto de presos comuns e presos políticos. Os presos comuns eram membros da conhecida Falange Vermelha, que assaltava a população do Rio de Janeiro, praticava todo o tipo de crime, desde tráfico de drogas até cassinos de jogos de azar, prostituição e escravidão de estrangeiros, como também tráfico de órgãos humanos.

Durante toda a década de 1990, o Comando Vermelho foi uma das organizações criminosas mais poderosas do Brasil, onde se incrementou o que se desenvolvia nas falanges, que não eram organizadas, era o que a polícia chamava de “crime desorganizado”. Entre os integrantes da facção que se tornaram notórios depois de suas prisões, estão o líder da facção Fernandinho Beira-Mar, Marcinho VP, Mineiro da Cidade Alta, Elias Maluco e Fabiano Atanazio mais conhecido como F.B (em homenagem a Paulo Maluco autodenominado “Escadinha”, em homenagem ao irmão morto).