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PESQUISA

Desinfetante demais na limpeza pode danificar o cérebro

03 abril 2024 - 10h48

O simples ato de limpar a casa, realizar a higiene pessoal ou consertar coisas pode esconder alguns perigos para o cérebro. Pesquisadores da Case Western Reserve University encontraram produtos químicos presentes em produtos de higiene, como desinfetante, e em itens domésticos, como cola e móveis, que, em excesso, podem danificar uma importante célula cerebral.

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A pesquisa, que realizou experimentos com ratos em laboratório, foi publicada na Nature Neuroscience.

Quais são os compostos e como eles afetam o cérebro?

O estudo identificou duas classes de compostos químicos: os quaternários, encontrados em desinfetantes comuns para limpeza da casa, mãos, lenços umedecidos e até enxaguantes bucais, e os organofosforados, presentes em colas, tecidos para móveis e outros produtos domésticos.

Essas substâncias, em quantidades muito grandes, podem danificar as células de suporte do cérebro, chamadas de oligodendrócitos, durante fases críticas do seu desenvolvimento. Essas células funcionam como isolantes que permitem aos neurônios enviar sinais cerebrais em alta velocidade.

Experimentos com ratos

  • Nos experimentos com ratos, os pesquisadores administraram alguns compostos químicos neles, incluindo o cloreto de cetilpiridínio.
  • Os animais estavam em um período crítico de seu desenvolvimento cerebral.
  • Após a administração, observou-se que os ratos apresentavam níveis detectáveis desse composto nos tecidos cerebrais, indicando sua capacidade de atravessar a barreira de proteção natural do cérebro.
  • Além disso, houve uma redução no número de células oligodendrócitos nos cérebros dos ratos expostos.
  • Esses resultados sugerem que a exposição a compostos químicos durante o desenvolvimento cerebral pode interferir na estrutura e função do cérebro.

É perigoso para os humanos?

Os estudos em animais sugerem que a exposição a esses compostos pode afetar negativamente o desenvolvimento cerebral. No entanto, os experimentos utilizaram uma quantidade maior de químicos do que normalmente os humanos são expostos. De qualquer forma, isso ainda pode ser um alerta para as pessoas que entram em contato excessivo e recorrente com eles.

As crianças, em especial, são o foco das preocupações dos pesquisadores. Eles analisaram os níveis de um composto organofosforado uma das classes identificadas na pesquisa o BDCIPP, na urina delas e descobriram que quase todas as amostras continham a substância. Aquelas com níveis mais altos tinham maior probabilidade de experimentar problemas no desenvolvimento neurológico, como disfunção motora ou dificuldades na escola.

É importante notar que esses são resultados observacionais e não indicam uma relação direta de causa e efeito.

*Olhar Digital