Uma vistoria realizada pelo Ministério Público do Tocantins (MPTO) na tarde desta quarta-feira (30) revelou uma série de problemas estruturais e de atendimento na ala de ortopedia do Hospital Geral de Palmas (HGP). Entre as situações encontradas estavam camas com defeito, ar-condicionados quebrados, lixo acumulado em leitos e corredores, vazamentos, baratas, fezes de pombos nas janelas e pacientes acomodados em macas nos corredores.
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PROBLEMAS JÁ DENUNCIADOS
A inspeção foi conduzida pelo promotor Thiago Ribeiro Franco Vilela, da 19ª Promotoria de Justiça da Capital, após novas denúncias recebidas pelo órgão no dia 28 de julho. Segundo o MPTO, os problemas já haviam sido debatidos em junho, durante audiência com a Secretaria de Estado da Saúde e a direção do HGP, quando foram prometidas soluções.
“Até agora, a situação é de aparente descaso com a população tocantinense. Teremos de resolver isso judicialmente”, afirmou o promotor, que adiantou que será proposta uma ação civil pública para garantir medidas imediatas de melhoria.
FALTA DE LIMPEZA E ATRASO EM CIRURGIAS
Durante a vistoria, pacientes, acompanhantes e servidores denunciaram a falta de higienização nos ambientes, sendo que alguns familiares estariam comprando materiais de limpeza para fazer a própria desinfecção dos quartos. Foram observados indícios de mau acondicionamento de lixo e precariedade nos serviços de limpeza.
O atraso em cirurgias também foi alvo de críticas. Um paciente aguarda há quase 30 dias por uma operação, tendo sido levado ao bloco cirúrgico duas vezes sem que o procedimento fosse realizado. Uma mulher relatou ter ido três vezes para a sala cirúrgica sem sucesso, devido a defeitos na prótese a ser implantada.
SOBRECARREGA PROFISSIONAIS
Outro ponto constatado foi a insuficiência de técnicos de enfermagem. Apenas três profissionais estavam responsáveis por 29 pacientes internados, uma média de quase dez para cada técnico, quando o recomendado pela legislação é de até cinco pacientes por profissional.
COMO DENUNCIAR SITUAÇÕES SEMELHANTES
O MPTO orienta que denúncias sobre problemas em unidades de saúde ou outros serviços públicos podem ser feitas presencialmente nas promotorias, de segunda a sexta-feira. Até o fim de julho, o atendimento ocorre das 12h às 18h, retornando ao horário regular a partir de 4 de agosto (9h às 12h e 14h às 18h).
Também é possível denunciar via aplicativo MPTO Cidadão, pelo telefone da Ouvidoria (127) ou pelo WhatsApp (63) 99100-2720. Mais informações em https://www.mpto.mp.br/ouvidoria/.
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*ASCOM MPTO
Camas com defeitos; quartos com aparelhos de ar-condicionado quebrados; lixo em leitos e corredores; vazamentos de água em banheiros; bebedouro danificado; baratas nos móveis; teias de aranha no teto; fezes de pombos nas janelas; corredores com pacientes em macas; falta de pessoal; e cirurgias constantemente remarcadas. Esse foi o cenário encontrado por integrantes do Ministério Público do Tocantins (MPTO) durante vistoria realizada na tarde da quarta-feira, 30, na ala de ortopedia localizada no terceiro piso do Hospital Geral de Palmas (HGP). Confira mais fotos em https://encurtador.com.br/1QdIc.
A inspeção foi realizada pelo titular da 19ª Promotoria de Justiça da Capital, promotor Thiago Ribeiro Franco Vilela, após denúncias enviadas ao Ministério Público na última segunda-feira, 28. Os problemas haviam sido debatidos em junho passado, durante audiência administrativa com representantes da Secretaria de Estado da Saúde do Tocantins e da Diretoria do Hospital Geral de Palmas, com promessas de soluções.
Diante da situação novamente encontrada no HGP, o MPTO irá propor uma ação civil pública, na Justiça estadual, para que os problemas sejam resolvidos, como explicou o promotor Thiago Vilela. “Recebemos as primeiras denúncias e viemos ao Hospital Geral de Palmas em junho. No mesmo mês, realizamos uma audiência na sede da Promotoria de Justiça para resolver as questões de abandono, mas, até agora, a situação é de aparente descaso com a população tocantinense. Teremos de resolver isso judicialmente”, reforçou.
Durante a vistoria dessa quarta, pacientes, acompanhantes e servidores realizaram novas denúncias. Segundo relatos, a limpeza de alguns ambientes tem sido feita pelos próprios familiares com materiais comprados por eles. No local, foram observados indícios de mau acondicionamento de lixo e precariedade na higienização.
Cirurgias e pessoal
Diversos pacientes e acompanhantes também relataram internação prolongada e atraso em procedimentos. Um senhor está há quase 30 dias no hospital aguardando uma cirurgia, tendo ido ao bloco cirúrgico e retornado para o quarto duas vezes sem a realização da operação, apesar de realizar todo o pré-operatório. Já uma senhora foi e voltou da sala cirúrgica em três ocasiões por conta de defeitos na prótese a ser implantada na perna dela.
Outra questão apresentada durante a vistoria tratou do quantitativo de pessoal com atuação na ala de ortopedia do HGP. Três técnicas de enfermagem estão se dividindo entre 29 pacientes internados atualmente no setor, com uma média de quase dez internados por profissional de saúde. De acordo com a legislação, cada técnico deve cuidar de até cinco pacientes por vez.
Denúncias
Em caso de denúncias, como as feitas sobre o HGP, a população pode procurar as unidades do Ministério Público distribuídas por todas as regiões do Tocantins. Neste mês de julho, o atendimento presencial ocorre em dias úteis, de segunda a sexta-feira, das 12h às 18h, em virtude de regime especial. A partir de 4 de agosto, os serviços voltam ao horário regular: das 9h às 12h e das 14h às 18h.
Também é possível entrar em contato por meio do aplicativo MPTO Cidadão ou do telefone da Ouvidoria, pelo 127. Outra forma de realizar denúncias é pelo WhatsApp, no número (63) 991002720. Mais informações em https://www.mpto.mp.br/ouvidoria/.


Atuação do Ministério Público é voltada à garantia de dignidade a pacientes e acompanhantes e de condições de trabalho a equipes hospitalares - Crédito: Francisca Coelho


